Rio - América Latina, Europa, Oriente Médio e, mais recentemente, Las Vegas (onde Roberto Carlos se apresentou pela primeira vez em setembro) já sabem cantar as músicas do “homem do calhambeque”. Parece que o mundo inteiro já conhece seu nome. De volta ao Rio, depois de uma excursão que passou por Equador, México, Canadá e Estados Unidos, ele reencontra os fãs daqui, neste fim de semana, em duas noites no Maracanãzinho, hoje e amanhã.
“Vamos procurar fazer um show o mais próximo do que apresentamos em Vegas, que foi o ponto alto de nossa passagem pelo exterior”, descreve Eduardo Lages, maestro da banda de Roberto Carlos há décadas.
Na “cidade dos cassinos”, onde a apresentação foi toda gravada para lançamento em DVD no Natal deste ano, o Rei fez sua tradicional abertura com ‘Emoções’, cantou canções em inglês, italiano e espanhol, e resgatou outras que andavam esquecidas, como ‘Amada Amante’. “Mas os grandes clássicos que o público espera, claro, estão garantidos no roteiro”, diz Eduardo Lages.
O empresário Dody Sirena não confirma, mas fala-se que o próprio o Roberto já escolheu a Itália como sua próxima parada internacional. Ele acaba de receber uma homenagem por 12 milhões de discos vendidos durante a carreira no México e pelo primeiro lugar em 15 países com o EP ‘Esse Tipo Soy Yo’ (‘Esse Cara Sou Eu’, em espanhol). A faceta internacional da carreira do cantor será o foco também de seu tradicional especial de fim de ano da Globo. Sob comando do diretor Luiz Gleiser e com participação da atriz Sophie Charlotte (que interpretou a música ‘Sua Estupidez’, de Roberto e Erasmo Carlos, na série ‘O Rebu’, e conquistou o Rei), a apresentação será gravada no Citibank Hall, na Barra da Tijuca, no dia 9 de dezembro, e exibida na televisão no dia 23 — a ideia inicial, na verdade, era aproveitar o show em Las Vegas, mas ela acabou descartada pela emissora.
O palco onde Roberto Carlos se apresenta hoje e amanhã também já foi cenário de especiais de Natal da Globo. “Acho que nós gravamos pelo menos uns três especiais de fim de ano no Maracanãzinho”, busca na memória Eduardo Lages. “Lembro do Roberto lá com a Xuxa, com o cantor Zé Augusto, com o Erasmo Carlos.”
Foram muitos eventos. Depois, o cantor esteve algum tempo afastado do Maracanãzinho, que entrou em obras. O Rei parece gostar mesmo de cantar no estádio, e seu maestro chega a emocionar-se ao voltar àquele palco: “Fizemos mesmo muita coisa bonita lá, mas para mim é muito importante até por um motivo que vai além do Roberto. Foi onde participei de um festival internacional da canção. Nos anos 70, o Maracanãzinho era palco desses grandes festivais de música, e teve um ano que fui classificado em quarto lugar. Nem ganhei, mas foi um marco na minha vida, porque a partir dali fui trabalhar na Globo e fiquei anos lá”, conta.
SÃO MUITAS EMOÇÕES
MARACANÃZINHO. Rua Professor Eurico Rabelo s/nº, Maracanã (4003-1212). Hoje e amanhã, às 22h (abertura dos portões às 19h30). De R$ 90 (arquibancada, visão parcial) a R$ 680 (cadeira azul 1). Estudantes e maiores de 60 anos pagam meia). 16 anos.
ESTÁDIO TEM ACÚSTICA NOVA E ASSENTOS MAIS CONFORTÁVEIS
Maracanãzinho foi palcos de diversos shows antológicos desde sua inauguração, em 1954. Não só de Roberto Carlos, ou das históricas passagens do grupo Secos & Molhados e do cantor Wilson Simonal, mas até de astros internacionais, entre eles The Police, Jackson Five, Genesis, Peter Frampton e Alice Cooper. Apesar disso, por sua reverberante estrutura de concreto, o espaço ganhou fama de não possuir boa acústica, deixando o som das apresentações musicais usualmente embolado.
Em 2007, o ginásio foi reformado para os Jogos Pan-Americanos, passando a contar com ar-condicionado, novo sistema de som e assentos mais confortáveis para o público. “Fizeram algum tratamento acústico lá que melhorou muito o som”, elogia Eduardo Lages. “Construíram também vestiários melhores, agora é quase como um supercamarim! Por isso, se der, queremos tocar no Maracanãzinho todo ano, virou um lugar legal para fazer show.”
