Por daniela.lima

Rio - O nome dele é Pedro Antônio Gabriel. O sobrenome é um desses que parecem nome. Pela vida, ele sempre foi conhecido como Pedro Gabriel, mas foi o nome do meio, quase esquecido, que alçou o publicitário de 30 anos ao status de celebridade da internet, com sua página ‘Eu me chamo Antônio’, que coleciona hoje mais de 880 mil curtidas no Facebook. “O Antônio é o personagem que conta as desilusões amorosas, os reencontros, os encontros e os desencontros através de guardanapos. Costumo dizer que ele sou eu com um pouco mais de coragem”, conta Pedro Gabriel. 

Pedro Antônio Gabriel cria os famosos guardanapos no Café LamasLeo Aversa/ Divulgação


O sucesso da página foi espontâneo, aconteceu no boca a boca, e foi tanto que os guardanapos viraram livro, batizado com o nome da página. E os que se seguiram agora se transformaram em outro, ‘Segundo — Eu Me Chamo Antônio’ (Intrínseca, 192 págs., R$ 29,90), que será lançado hoje na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, às 19h30.

Desde seu primeiro guardanapo — onde se lia “Primeiro encanto, depois desencanto, por fim, cada um pro seu canto” —, muito mudou para Pedro Gabriel e seu Antônio. “Nesse segundo livro, eu fiz um casamento das palavras com minhas ilustrações. Uma coisa que pediam é que eu incluísse mais textos meus, e agora eles estão nesse trabalho. Claro que 70% ainda são os guardanapos, mas 30% são outros textos, que eu escrevia e ia guardando, e agora irei publicar”, adianta o autor.

Pedro considera que o fato de sua primeira língua não ser o português ajuda na hora de escrever. “Sou de Chade, na África. Minha mãe é brasileira e meu pai é suíço. Falava francês e vim para o Brasil com 12 anos. Como o português não é minha língua materna, presto mais atenção nos sons, nas formas, na construção, e os guardanapos têm muito desses trocadilhos”, diz ele, em sua fala sempre ágil e corrida.
Em outubro de 2012, na volta para casa, enquanto tomava um chope despretensioso, escreveu num guardanapo e gostou. Passou a ser hábito. “Fui tirando fotos, porque não queria que eles ficassem amarelos ou rasgassem. Depois resolvi publicar”, conta. A decisão não poderia ter sido mais acertada e o hobby virou ofício.

Quem quiser encontrar Pedro Antônio Gabriel tem endereço certo: o tradicional Café Lamas, no Flamengo. É por lá que todos os seus guardanapos são concebidos. “No domingo, fiz nove guardanapos inéditos lá, já tentei criar em casa, mas não saiu muito sincero. São todos do Lamas, não sei por quê. Lá tem alguma mágica, não sei se é o chope ou o ambiente”, brinca.

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