Por tabata.uchoa
Rio - A relação entre as artes plásticas e o audiovisual é antiga. Mas até hoje o fruto desse casamento, batizado de ‘Cinema Estrutural’, continua influenciando novos cineastas. Por aqui, mesmo já cinquentão, o gênero ainda é pouco conhecido. Até hoje, pelo menos, quando a Caixa Cultural começa a exibir uma seleção de 30 filmes inéditos, realizados entre as décadas de 60 e 70 no cenário norte-americano.
‘Wavelength’%2C realizado pelo cineasta Michael Snow%2C um dos destaques da mostra ‘Cinema Estrutural’Divulgação

Intitulada também como ‘Cinema Estrutural’, a mostra reúne produções de diretores influenciados por Andy Warhol. “Ele (Warhol) foi o precursor. Todos os cineastas que entraram nesse movimento estavam envolvidos com as demais artes, principalmente as artes plásticas”, diz Theo Duarte, que assina a curadoria com Patrícia Mourão.

“Michael Snow foi uma das maiores influências para diretores contemporâneos, como o tailandês Apichatpong, por exemplo”, conta o curador, referindo-se à obra do canadense, exibida junto a filmes de nomes importantes para o cinema estrutural, como Hollis Frampton e Ernie Gehr.
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“Antes de fazer filmes, Snow trabalhava com música e artes plásticas. De certo modo, esse cinema foi uma tentativa de alinhar esses diferentes movimentos da época”, explica Theo. Não é por acaso que foi no movimento estrutural que nasceu a videoarte. “Esses diretores se preocupavam mais com a forma do que com o próprio filme”, sintetiza ele, que destaca a película ‘Wavelength’ como uma das joias da mostra.
“Esse filme é o principal do Snow. Ele só faz sentido se assistido o seu original, em película e num telão”, ressalta o curador, sobre a produção de 45 minutos filmada em 67, baseada em acontecimentos dentro de um cômodo cheio de ruídos.
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