Por clarissa.sardenberg
Luiz Antonio Simas%3A Sugestão de enredoDivulgação

Rio - Bolei um enredo com título simples para o Carnaval de 2016 e daqui sugiro para as escolas de samba interessadas: Você já foi à Bahia? É o mesmo título do filme que a Disney realizou em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, no ambiente da Política da Boa Vizinhança.

Na época os yankees estavam investindo pesado em propagandas de aproximação entre os Estados Unidos e a América Latina. O temor de uma possível ligação entre os países latinos e o fascismo justificava o esforço em busca de um clima favorável entre o Tio Sam e os cucarachas.

A história do filme é simples: O Pato Donald faz aniversário e recebe de presente viagens ao Brasil, guiado pelo Zé Carioca, e ao México, onde ocicerone é o Panchito. Os amigos se esbaldam na Bahia. Conhecem uma garota brasileira, representada por Aurora Miranda, visitam a Igreja do Bonfim e se entopem de vatapá, acarajé, quindim e abará. A trilha sonora, monumental, tem canções de Ari Barroso e Dorival Caymmi.

Os leitores devem, a essa altura, imaginar que estou sugerindo um enredo que conte a trama do filme. Negativo. Sei perfeitamente que o negócio das escolas de samba hoje é arrumar uns merréis fazendo propaganda. O filme é a inspiração para um babado meio diferente: o enredo contará uma visita do trio Pato Donald, Zé Carioca e Panchito às Casas Bahia, em dia de liquidação.

Imaginem que beleza: Zé Carioca é o cicerone de Donald pelos corredores de uma filial das Casas Bahia e convence o pato a experimentar as novidades em eletrodomésticos e produtos de cama, mesa e banho que o magazine oferece aos clientes. Tem cheiro de título.

Em se tratando de Bahia e escolas de samba, temos que inserir na trama os orixás. Exemplifico: Xangô, o poderoso senhor do fogo, aparece como o responsável pelo fogão de doze bocas que o Donald compra em cento e vinte prestações. Exu, o responsável pela comunicação entre os homens, comanda o setor de telefonia celular. Oxum, a senhora do dengo e da formosura, seduz Donald e o convence a comprar roupas de cama e toalhas belíssimas. Dá pra pintar o sete em termos de alegorias, adereços e truques de ilusionismo.

Se esse não der certo, tenho um enredo pronto sobre telefonia celular: Oi, é Claro que não Vivo sem você. Começaremos com homens pré-históricos que se comunicavam dando cacetadas em troncos de árvores; falaremos de índios que faziam fogueiras para mandar mensagens; e chegaremos finalmente aos telefones celulares atuais.

Samba eu não sei se dá, mas isso hoje é um detalhe irrelevante. O potencial para obter patrocínio, critério que interessa, é imenso.


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