Rio - 'Mãe é tudo a mesma coisa, só muda de endereço'. Na verdade não é bem assim, existem aquelas diferentes, as chamadas 'mães do coração', que não deram luz aos filhos mas nutrem um amor forte e verdadeiro por eles como se tivessem sido gerados por elas.
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Na véspera do Dia das Mães, O DIA foi atrás de algumas histórias de 'mães do coração' e encontrou madrastas que na verdade são muito mais do que apenas a esposa do pai da criança. Este é o caso da assessora de imprensa Fernanda Tuber, de 31 anos. Ela se emociona tanto ao falar da filha, Sophia, de 8 anos, que só ao final da conversa diz que a pequena é, na verdade, filha apenas de seu marido.
"Conheci a Sophia ainda bebê, ela acabou de completar 8 anos. Então, convivo com ela há 8 anos. Ser mãe do coração é ser mãe. Ainda não tenho filhos biológicos, mas já compreendo o amor de mãe. Minha enteada é minha filha do coração. E esse amor é tão grande e verdadeiro, que minha família também a adotou como parte integrante", revela Fernanda que conta com orgulho que a menina foi dama de honra em seu casamento.
"Sophia não mora conosco, mas temos muitas histórias juntas pra contar. Ela foi dama de honra no meu casamento. Quando Sophia está conosco, fazemos tudo juntas. Participo ativamente da educação dela. Temos momentos de brincadeiras, estudo e quando precisamos conversamos sério também. Adoramos ir para o shopping juntas, salão, cinema. Eu e minha mãe (Gyzele Tuber) somos muito unidas e parceiras. E passamos essa nossa parceria para Sophia. Amo a nossa relação", conta a assessora.
A administradora de empresas Thaís Abelenda Ascenção Castro, de 32 anos, é "mãe do coração" de Guilherme, de 13 anos. Apesar de não morar com o enteado, nutre um forte sentimento por ele. Os dois convivem desde que Gui (como ela chama o menino carinhosamente) tinha 8 anos.
"Quando eu comecei a namorar o Thiago recebi muitos 'conselhos' daqueles que faz qualquer um sair correndo. Todos me alertavam do fato dele já ter um filho, dos problemas que enfrentaria e da dificuldade que seria a relação com essa criança. Apesar disso segui em frente", revela Thaís.
"A nossa relação sempre foi muito natural, não forçamos nada, foi acontecendo. Sempre me fiz presente mas também sempre me coloquei no meu lugar. Nunca falei mal da mãe dele ou critiquei alguma atitude. Não queria que me visse como alguém que estava no lugar dela. Acho que por conta disso deu tão certo. Aos pouquinhos fomos nos conhecendo e se aproximando cada vez mais. Quando vimos já éramos uma
família e fazíamos tudo juntos. Mãe do coração para mim é isso, cuidar, amar, se fazer presente, ajudar na educação mas também é saber os limites. Ter paciência, nem sempre poderemos interferir e fazer do nosso jeito", pondera a administradora que é mãe biológica de Alice, de 4 anos.
Debora Anastácia Pires Porto, 32 anos, é uma verdadeira mãezona para sua enteada de 15 anos. Debora convive com a jovem há 9 anos, mas confessa que o começo foi difícil.
"Hoje em dia adoramos fazer tudo juntas, ir ao salão, fazer compras, somos amigas e cúmplices. Mas no começo foi complicado a aceitação das duas. Acho que era ciúmes. Depois de um tempo resolvi mudar a situação até porque já tinha uma filha quase da mesma idade. Após dois anos de casada, engravidei novamente e decidi que deverias tratá-la igual ao meus outros filhos. Depois de muita insistência, ela veio morar conosco. Na verdade veio morar comigo, como costumo brincar, já que o pai dela trabalha embarcado e quem fica mais tempo com ela sou eu (risos)", revela Debora.
Outra história ainda mais marcante é a da analista de sistemas Ana Teresa Rangel Abelenda, de 60 anos, que tem enteados de 40, 41, 42 e 44 anos que considera seus verdadeiros filhos.
"De tantas histórias já vividas nesses anos, gosto de contar que antes de conhecer meu marido, conheci dois de seus filhos. Curiosamente um deles, o mais novo, me contava todos os problemas vividos por eles e espantosamente me chamava de mãe. Eu reclamava e dizia que sua mãe estava viva. Dois anos depois veio a falecer", lembra Ana Teresa que aponta o que é ser uma mãe do coração.
"Fazer pelos filhos do coração o mesmo que faço pelos de sangue, ou seja, participar, orientar, apoiar, ouvir e acima de tudo amar. Nunca esquecendo do respeito e sabendo que sou mãe do coração e nunca madrasta, aliás, odeio essa palavra", enfatiza a analista de sistemas.
"Tenho um filho biológico de 35 anos e uma filha de 33 anos. Não existe diferença entre eles no que se refere ao amor, carinho e preocupação. Meus filhos foram esperados, gerados e são a continuidade da Ana Teresa. Os outros que chegaram depois me foram dados como presente ou merecimento, como preferirem. Aí está a diferença!", conclui.