Por daniela.lima

Rio - “Deixe o mundo aceitar você/não é um delírio/é mais simples do que parece ser”, diz o cantor e compositor brasiliense (radicado em São Paulo) Jair Naves em sua canção ‘Deixe/Force’. Jair participa do projeto Levada, no Oi Futuro de Ipanema, lançando o segundo disco, ‘Trovões a Me Atingir’, sexta e sábado. E com a espinhosa missão de fazer seu som — um rock que lembra bandas como Joy Division — se sobressair no mercado. 

Jair e seu novo disco%3A pessoas e cidades nas letrasDivulgação


“Quando eu era criança, imaginava que era possível ser o novo Legião Urbana e vender milhões.Mas eu já comecei a tocar na época de declínio das gravadoras”, lembra. “É difícil mesmo sobreviver fazendo música. Nessa canção, que tem várias interpretações, falo mais da pessoa não se enxergar como um produto. De qualquer jeito, quero falar com o maior número possível de pessoas.”

Músicas novas como ‘Incêndios’, ‘B’ e ‘Em Concreto’ (“vou tocar músicas diferentes nas duas noites e vão entrar faixas dos dois discos”, conta) vão ao encontro de novos fãs e de cariocas que participaram do crowdfunding (financiamento coletivo) do álbum. Naves decidiu experimentar o método, mas do seu jeito. “Funcionou como uma pré-venda. No começo, achei que isso ia me colocar num papel meio incômodo, mas ofereci mais material promocional e shows acústicos para os fãs, coisas voltadas para o disco. Não era uma coisa de ‘foto com o artista no camarim’, ou algo meio ‘dia de princesa com o artista’, que não é meu perfil”, brinca.

Com mais de uma década de carreira — passou por bandas independentes como Okotô e Ludovic —, Naves sempre compôs, desde antes dos álbuns solo. “Sempre escrevi e vi que um dia o que eu escrevia ficaria bem em letras”, diz. “Falo sobre minha vida, às vezes de forma mais direta. E sobre a vida que as pessoas levam hoje, a relação dela com as cidades. Moro em São Paulo, que é uma cidade muito enlouquecedora!”, conta.

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