Por daniela.lima
Cantor lança álbum de inéditas depois de cinco anos sem apresentar novas cançõesDivulgação

Rio - Alexandre Pires é um homem dividido — pelo menos no que se refere à sua trajetória musical. Se, por um lado, sempre vai se sentir ligado ao Só Pra Contrariar — grupo que o projetou para o sucesso ainda na década de 1990 —, por outro só consegue atingir total realização profissional em sua carreira solo. Lançando o álbum ‘Pecado Original’ — cujo show será apresentado no sábado, no Citibank Hall —, ele se diz tranquilo com essa dualidade.

“Adoro estar com o Só Pra Contrariar. Foi onde eu nasci e sinto que sempre vou fazer parte daquilo. Tanto que, até hoje, continuo cantando canções do grupo nos meus shows. Por outro lado, tem coisas que eu só posso alcançar sozinho — minhas composições, meus arranjos, minha música. Isso só dá para fazer mesmo na minha carreira solo”, explica o cantor.

O álbum que chega ao mercado agora pode servir como materialização desse raciocínio. Depois de passar mais de um ano ao lado de seu antigo grupo e também do Raça Negra — a união dos dois compunha o projeto ‘Gigantes do Samba’ —, ele decidiu gravar um novo álbum solo de estúdio, algo que não fazia desde 2010, quando lançou ‘Mais Além’. De lá para cá, houve uma sequência de registros de apresentações.

“Lancei quatro DVDs ao vivo. Tenho uma queda por esse formato, mas já estava com saudades de gravar um álbum de estúdio, com novas canções. O processo, no entanto, foi muito rápido. Em apenas 40 dias já estava com o trabalho finalizado. E isso aconteceu porque a maioria das canções estava pronta há muito tempo. ‘Barraqueira’, por exemplo, já existe há alguns anos”, explica Pires, referindo-se à faixa que abre o novo álbum e será tratada como canção de trabalho.

A maior parte das gravações foi feita no estúdio que o músico mantém em Uberlândia, sua cidade natal. Sequências adicionais acabaram registradas em estúdios no Rio de Janeiro.

“A experiência foi muito boa porque pude não só cantar, mas também explorar um pouco do meu lado instrumentista, algo que nem sempre tenho a oportunidade de fazer. Todo esse trabalho dentro do estúdio foi muito bom”, garante o intérprete, que durante as gravações do novo álbum também tocou violão e cavaquinho, além de boa parte dos instrumentos de percussão.

Apesar de flertar com estilos variados — quase sempre dentro do que se convencionou chamar de música romântica —, ele ainda encontra dificuldades para escapar de estereótipos, como ‘cantor de samba’. “Não tem jeito: o Brasil é o país dos rótulos. O samba é parte da minha vida, mas transito por tantos estilos que, quando me perguntam qual é meu gênero, não sei nem responder.”

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