Rio - Os bigodes estão espalhados por todo o canto. São mais de 20 colados em todo o cenário para ajudar na transformação de Charles Spencer Chaplin em Carlitos, seu principal personagem. E quem dá vida ao gênio da sétima arte é Jarbas Homem de Mello no espetáculo ‘Chaplin — O Musical’, que estreia hoje no Vivo Rio, com indicação a sete categorias no Prêmio Bibi Ferreira e ingressos para os leitores do DIA.
“É engraçado porque tem bigodes colados na roupa, no cenário, tudo para agilizar o processo quando Carlitos entra em cena”, explica Jarbas. Interpretar Chaplin não é para qualquer um. Adorado por muitas gerações, o artista é mais complexo do que imaginam. “Falamos da vida dele de forma ampla, desde quando ele era criança até os 83 anos. No início, fiquei com medo de interpretá-lo. Porque ele teve uma vida muito rica, com altos e baixos, e porque ele é muito conhecido”, justifica o ator. Jarbas admite que fica feliz quando vê crianças vestidas de Chaplin na plateia: “Aconteceu muito na temporada de São Paulo. A família inteira adora.”
Ao lado de Jarbas, Marcello Antony interpreta o irmão mais velho de Chaplin, Sydney, que teve papel fundamental na carreira do artista. Os diálogos se misturam às canções, com trilha original composta pelo autor Christopher Curtis, e ajudam a contar a história do menino que teve infância pobre, fugiu do orfanato, foi expulso dos Estados Unidos, teve que superar a morte do pai alcoólatra por cirrose e a internação da mãe em uma clínica psiquiátrica.
“As pessoas riem e choram ao mesmo tempo, como nos filmes de Chaplin. A relação dos dois irmãos é o fio condutor da história. Foi o Sydney quem segurou a onda quando surgiram os problemas e que o iniciou na carreira artística”, pontua Antony, que está em seu terceiro musical: “Os primeiros foram há 20 anos. Agora eu peguei o filé mignon, só com craques”, brinca o ator, que confessa ser fã do artista desde sua adolescência. “Tinha dois ídolos: Jesus Cristo e Chaplin”, diz Marcello.
A transformação de Jarbas no grande artista demandou tempo e muita determinação. “Foram cinco meses. Comecei a fazer aulas de circo, patinação, slackline, violino. Vi os filmes várias vezes. Comecei a ficar doido. Mas quando comecei a brincar de Carlitos, o corpo já respondia bem”, comemora Jarbas.
NÚMEROS DE 'CHAPLIN — O MUSICAL'
Atores envolvidos 19 adultos, 2 crianças
34 técnicos
300 horas de ensaio
120 figurinos
5 músicas extras compostas especialmente para a versão brasileira
32 perucas (duas só para o Chaplin)
25 itens como bigodes, sobrancelhas e barbas
20 bigodes só para o Chaplin
A caracterização de Jarbas Homem de Mello como Chaplin leva uma hora para ser feita
Estão sendo usadas três bengalas vindas de Londres, do mesmo tipo das que o Chaplin usava
O musical tem uma parte circense que traz elementos de visagismo como perucas volumosas e outros adereços
Fazem parte da cenografia réplicas de objetos e peças de antiquários de São Paulo
O projeto do cenário é inglês
O diretor do espetáculo é argentino e mora em Londres há 15 anos
Serviço
VIVO RIO. Avenida Infante Dom Henrique 85, Parque do Flamengo (4003-1212). Preços dos Ingressos:de R$ 50 a R$ 170. Horários: Quinta, às 21h; Sexta, às 21h30; Sábado, às 18h e 21h30; Domingo, às 17h e 20h30. Duração: 2h30 (com intervalo). Classificação: livre. Em cartaz até o dia 30 de agosto.
PROMOÇÃO
Os 5 primeiros leitores que ligarem para 2461-2004 a partir das 10h ganham 1 par de ingressos para o espetáculo.