Por bianca.lobianco

Rio - Quantas histórias cabem em uma noite de Rock In Rio? Muitas? Imagine então em 30 anos de festival. Encerrada na noite de domingo mais uma edição, a festa trouxe para o Palco Mundo apresentações memoráveis de artistas como Rihanna, Elton John, Sam Smith, Slipknot e muitos outros. Mas, pelos gramados da Cidade do Rock, o que se viam eram homens e mulheres cheios de histórias para contar, casos que fizeram o festival se tornar algo inesquecível em suas vidas.

Marcia Cardoso (centro) com a filha Taís e a irmã Cristina%3A ela assumiu compromisso com o pai da filha no Rock In Rio de 85Divulgação

O que dizer, por exemplo, do jovem fã da cantora Katy Perry, que topou ajudar na reforma de uma casa para conseguir juntar dinheiro e comprar o ingresso para o show da norte-americana? “Eu estava sem grana e não queria perder o show. Minha madrinha estava fazendo uns ajustes na casa dela e perguntou se eu não queria ajudar e assim conseguir uns trocados. Topei na hora. Fiquei acabado, mas valeu a pena”, contou Caio Leobons, 23 anos.

E é claro que em um festival de música sempre nasce um romance. Foi assim com o casal Marcos Vinícius e Diego Aziz, ambos de 24 anos e estudantes. Eles se conheceram uma semana antes do Rock In Rio de 2013 e fizeram da Cidade do Rock o cenário para um pedido especial. “Eu não ia vir, mas quando eu descobri que o Marcos viria, comprei um ingresso na última hora. Assim que chegamos, eu o pedi em namoro. Voltar aqui este ano com ele é muito emocionante”, comemorou Diego. A analista de sistemas Marcia Cardoso, 53, viveu emoção semelhante. “Eu vim aqui em 1985. Na época, eu saía com um rapaz, mas a gente não tinha nada sério. Foi aqui que nós firmamos compromisso. Eu me casei com ele e tivemos uma filha”, lembrou Marcia ao lado da herdeira, Tais Cardoso, 26, e da irmã, a arquiteta Cristina Cardoso.

Mas este ano também teve casal aproveitando os shows para ter uma DR definitiva. É o caso dos curitibanos Elisa Daní, 29, e o engenheiro Sérgio Vilas, 31. Depois de um relacionamento de sete anos, o rapaz revelou para a amada que é homossexual. “Foi durante o show do Sam Smith. Eu nem fiquei tão surpresa porque a gente já estava se afastando, o relacionamento já não era mais o mesmo. Mesmo assim, foi difícil. Não era o que eu queria ouvir”, revelou a produtora.

Caio Leobons%2C que trabalhou em reforma de casa para conseguir dinheiro do ingressoErnestto Carriço

O capricho com o visual também rende boas lembranças. É o que revela o designer de moda gaúcho Diego Correa. No sábado, ele estava no ônibus a caminho do Rock In Rio. Ao perceber que seu topete estava despencando, ele rapidamente deu um jeito de resolver o problema. “Eu disse aos meus amigos que tinha que descer do ônibus para comprar cigarro, mas, na verdade, eu entrei no primeiro salão que encontrei. O problema é que eu demorei três horas para sair. Meus amigos quase piraram, mas eu não encontraria a minha deusa Rihanna de qualquer jeito. Falando nisso, deixa eu dar uma viradinha aqui porque esse vento não está favorecendo o meu cabelo”, brincou o rapaz enquanto dava essa entrevista. 

As noites de Katy Perry e Rihana

Famílias e muitas crianças ocupavam a Cidade do Rock no domingo, último dia da edição 2015 do Rock In Rio. Afinal, mesmo que a escalação tivesse os veteranos do A-Ha e do Cidade Negra no Palco Mundo, quem encerrava a noite era a americana Katy Perry, que faz sucesso com as crianças. “É a primeira vez da minha filha no festival e ela está adorando”, contou a jornalista Renata Roxo, que levou Olivia, 10 anos, ao evento.

Katy, por sinal, tem carisma de apresentadora de programa infantil. O show lembra quase um circo, com várias trocas de roupas, inúmeros blocos e dançarinos. Músicas grudentíssimas como ‘I Kissed a Girl’ e ‘Teenage Dream’ foram quase berradas por adolescentes e crianças.

No sábado, Rihanna já havia provocado o mesmo efeito — só que, além de crianças e adolescentes, muitos adultos queriam curtir a cantora de Barbados. Sem trocas de roupa e com um figurino estranho, que foi bastante criticado nas redes sociais, ela fez o menor de todos os shows de atrações principais (70 minutos).

Os dois outros dias de som pesado no Rock In Rio (quinta e sexta) deram a entender que, para a produção do evento, a música pop merece um som bem mais grave e poderoso que o heavy metal. Bandas como Faith No More e Queens Of The Stone Age soavam com pouca definição.

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