Por paulo.gomes

Rio - A lendária banda The Rolling Stones demonstrou na noite de sábado, no palco montado no Maracanã, que apesar da passagem do tempo, os anos não parecem fluir para suas "Satânicas Majestades". Após dez anos sem shows no Brasil, como parte de sua turnê "América Latina Olé Tour 2016", os Stones voltaram a atuar na Cidade Maravilhosa, onde há uma década fizeram um show na praia de Copacabana, o qual foi assistido por mais de um milhão de pessoas.

Após um intervalo de dez anos%2C os Rolling Stones voltaram na noite de sábado a se apresentar no Rio de Janeiro. Eles fizeram um show histórico no MaracanãEfe

Não é de estranhar, portanto, que Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood tenham um sentimento especial pela cidade, como demonstraram ao longo de todo o espetáculo. Uma relação com o Brasil que ficou patente quando, no final do show o baterista, Charlie Watts, se despediu enrolado em uma bandeira nacional, mas que ficou evidente desde o primeiro momento em que Mick Jagger falou em português para os cerca de 60 mil fãs que abarrotaram o estádio.

Em frente, uma multidão alucinada respondia a cada gesto de seus ídolos com uma sonora ovação. E foram muitas as ovações escutadas nesta noite, já que Jagger não teve dúvidas em praticar seu português, com alguns toques de espanhol, para expressar ao público sua felicidade de voltar ao Brasil.

GALERIA: Rolling Stones fazem show para 60 mil fãs no Maracanã

Embora essas mensagens não fossem necessários dada a evidente movimentação dos quatro britânicos no palco, deixando claro que estavam gostando do show, pelo menos, tanto quanto os presentes.

Mais de 50 anos de carreira poderiam levar a um certo tédio, ainda mais levando em conta que seu repertório estava cheio de verdadeiros hinos de gerações que estão tocando há décadas. No entanto, a química e a energia que a banda mostrou ao longo de todo o show não deixava dúvidas: eles estavam agradando ao público.

Dentro deste ambiente festivo foram sendo tocadas, uma a uma e diante da apaixonada reação do público, todas essas grandes canções que todo mundo reconhece, desde "Start Me Up" até a já tradicional "(I Can't Get No) Satisfaction" com a qual costumam encerrar seus shows.

Com um repertório de tal calibre, o público - no qual estavam roqueiros veteranos, mas também adolescentes e, inclusive, famílias inteiras vestidas com suas camisetas dos Rolling Stones - pôde dançar e cantar algumas das músicas mais importantes da história da banda: "Gimme Shelter", "Brown Sugar", "Angie", "Like a Rolling Stone" e "Paint It Black".

O guitarrista Keith Richards era um dos mais animados no show da noite de sábadoEFE

Menção à parte merece o momento de comunhão que os músicos britânicos tiveram com a audiência. Com a presença de um coral, a banda interpretou "You Can't Always Get What You Want", uma das músicas mais queridas por seus fãs e, sem dúvida, uma das que mais "funcionam" ao vivo.

Em um ponto do show, Richards deixou de lado sua guitarra elétrica, pegou uma espanhola e começou a cantar um 'blues'.

Esse também foi o único momento de certa tranquilidade em um palco pelo qual Jagger e companhia corriam e dançavam com a energia de um adolescente.

Como parte da turnê, os Stones farão ainda outros três shows no Brasil, em São Paulo, nos dias 24 e 27, com os Titãs como banda de abertura; e em Porto Alegre, no dia 2 de março, com a banda Cachorro Grande abrindo o espetáculo.

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