Por karilayn.areias

Rio - Três histórias de amor criadas a partir de mitos e lendas: é nesta trilogia sobre a paixão que se baseia a história de 'Fatal', peça que reestreia 09 de julho no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana. O diretor e idealizador do projeto é Guilherme Leme Garcia, que embora esteja assinando mais um sobrenome, é o mesmo ator e diretor velho conhecido do público. "Na verdade tem quase dois anos que acrescentei o 'Garcia' ao meu nome. Foi uma forma de homenagear meu pai. Ele teve uma doença degenerativa e hoje não está mais aqui, mas consegui homenageá-lo em vida", esclarece. A concepção da montagem se desenvolveu após sua direção no espetáculo ‘Trágica.3’, sua primeira trilogia, que investigava o lugar da mulher no mundo. “ O espetáculo ‘Fatal’ é uma consequência desse trabalho anterior.Estamos em tempos muito difíceis. O mundo passa por momentos nublados, é preciso falar de amor”, diz Guilherme. O diretor chamou os dramaturgos Jô Bilac, Marcia Zanelatto e Pedro Kosovski, que criaram três textos inspirados nas histórias de ‘Kama e Rati’, ‘Tristão e Isolda’ e ‘Eros e Psiquê’, que buscam falar dos encontros, do amor plural.

Debora Lamm e Paulo Verlings formam um casal que fala dos encontros amorososDivulgação

Guilherme conta que convidou a atriz Vera Holtz para dirigir com ele, mas ela já tinha outros compromissos , e acabou colaborandocom workshops para os atores Debora Lamm e Paulo Verling, que são um casal em cena. “A peça se chama ‘Fatal’ porque falamos de quando o amor pode doer. Em tempos de ódio, falar sobre essa energia é primordial”, declara Debora, que conta que os mitos e lendas são trazidos para atualidade. “É uma adaptação livre. Por exemplo, ‘Eros e Psiquê’, no mito grego, se encontravam no escuro,não podiam se ver. Na peça, fazemos a cena em um ‘dark room’ (quarto escuro),mas não o convencional, para encontros amorosos mais breves. É um quarto onde eles se colocam vulneráveis. Dentro desse lugar o cupido os atinge, e eles caem de paixão", revela. A atriz que está no ar no novo Zorra e no Encontro com Fátima Bernardes, como uma ‘astróloga amadora’, afirma que o espetáculo é uma chance de se apropriar de um texto que lhe interessa dizer. “Guilherme traz beleza para cena e como diretor deposita no ator a responsabilidade do que está sendo dito. É uma oportunidade única de dizer coisas incríveis”. Leme acrescenta. “Decidi que era o momento e era urgente trazer novos olhares sobre o amor".

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