Por karilayn.areias

Rio - Preparado para recordar clássicos do rock nacional na turnê ‘Flausino & Sideral Cantam Cazuza’ (que abre dia 20 no Teatro Bradesco São Paulo e chega à filial carioca da casa de shows no dia 27), Rogério Flausino, cantor do Jota Quest, inclui uma homenageada especial na turnê que realiza com o mano mais novo Wilson Sideral, e que celebra a obra do cantor de ‘Exagerado’: a mãe dos dois irmãos, Maria das Graças, que morreu de câncer em 2015.

Sideral (E) e Rogério Flausino%3A homenagem à mãe%2C que lia letras de Cazuza com eles e morreu ano passadoDivulgação

“Nossa mãe dava aula de gramática e literatura para a cidade inteira (os irmãos nasceram em Alfenas, MG). Quando a gente pegava os discos do Barão Vermelho, do Cazuza, da Legião Urbana, ela lia as letras com a gente. Falava: ‘Eles estão querendo dizer isso’, ‘Isso foi tirado de Clarice Lispector’”, recorda Flausino. “Começamos a montar o show em 2015 (houve duas apresentações, em Minas e Goiânia, antes da turnê) e queríamos que ela tivesse visto. Mas agora ela vai assistir lá da área vip”.

Os clássicos de Cazuza (1958-1990), compostos com parceiros como Frejat e Ezequiel Neves (o show tem músicas como ‘Bete Balanço’, ‘Ideologia’ e ‘O Tempo Não Para’), eram executados por Flausino e Sideral há 30 anos, na primeira banda dos irmãos, Contato Imediato. Para ajudar no clima familiar, eles exibirão no show vídeos de quando eram minimúsicos — lado a lado com imagens antigas de Cazuza em ação nos palcos.

“A gente era menor de idade e já tocava nos bailes”, lembra Flausino. “Tínhamos músicas próprias, todas de cunho social, como ‘Civilização’, ‘Sociedade, Faz a Festa?’”, diverte-se Flausino que, como o irmão, nunca viu Cazuza de perto. “Ele nunca rodou muito o interior”, lamenta Sideral. “Esperávamos os discos do Lulu Santos, Legião, Barão chegarem em Alfenas. E demorava meses! Quando não tinha disco, era gravar do rádio e rodar a fita com a caneta até achar a faixa”, brinca.

Outra mãe que ajudou no show foi Lucinha Araújo, mãe de Cazuza. “Vamos reverter a renda do show do Rio para a Sociedade Viva Cazuza”, conta Sideral. “Em São Paulo, todo mundo que for ao show ganha uma camisinha. A Aids mexeu com todo aquele sexo, drogas e rock’n roll da época. Foi um tapa”, espanta-se o músico, que pôs melodia num poema de Cazuza, ‘Não Reclamo’, que entra no show. “Temos uma outra também, ‘Qual a Cor do Amor’, que deve entrar depois. Pensamos em fazer um DVD, mas queremos maturar o show antes”. 

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