Por lucas.cardoso
Mauricio (acima)%2C seus CDs%2C sua câmera e o livro ‘Preto e Branco’ (E) Divulgação

Rio - Se dependesse só do fotógrafo, DJ e radialista Mauricio Valladares, seu livro de imagens ‘Preto e Branco’ (Ed. Automática, 208 págs, R$ 60) teria demorado mais para sair. O criador do programa de rádio ‘Ronca Ronca’ (que já passou por emissoras como Oi FM e Globo FM e hoje pode ser ouvido no site roncaronca.com.br) sempre quis reunir em livro algumas de suas melhores fotos — entre elas, cliques feitos na geral do Maracanã, instantâneos de shows de The Who e Paralamas do Sucesso, anônimos pelas ruas do Rio e flagrantes de um leque de famosos que vai de Freddie Mercury (Queen) a Gilberto Gil. Esperou até ter a equipe correta e uma ideia mais maturada do que seria reunir mais de três décadas de imagens em livro.

“No começo, o livro seria mais jornalístico, com mais texto e curiosidades. Depois, pintou a ideia de privilegiar a imagem, e depois radicalizamos e colocamos só foto em preto e branco”, diz ele, que lança o livro na Livraria Argumento do Leblon no dia 21, às 19h, e restringiu o texto do livro às datas da foto e só. Um cartaz que surge ao fundo da imagem, ou o olhar do clicado, ou a configuração das ruas do Rio nas imagens já valem mais que mil palavras. “É bem diferente do que acontece hoje, porque com a internet você é invadido por imagens o tempo todo. Pô, e minha geração ficava quatro noites sem dormir por causa de uma foto!”, brinca.
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O lado de radialista surgiu em 1982 na fase roqueira da Fluminense FM, com as novidades do ‘Rock Alive’, que ele apresentava por lá logo após voltar de uma temporada em Londres. Logo surgiriam o ‘Ronca Tripa’ (até hoje os fãs fiéis de Maurício são chamados de ‘A Tripa’), o ‘Radiola’ (na Globo FM) e o ‘Ronca Ronca’. Na web, o programa é transmitido ao vivo. Quem perder pode baixar do site.
“Rádio sempre foi uma fissura. Eu dormia com o rádio ligado no programa do Adelzon Alves, ‘O Amigo da Madrugada’ (hoje na Nacional AM). Gostava do mundo que ele retratava, as pessoas que ele levava, o que ele dizia”, conta ele, que atende pedidos do público, comenta assuntos da semana e dialoga no ar com o técnico de som Leo Moreira, o Shogun, que trabalha no estúdio Monoaural, onde o programa é gravado. “A música não existe por si só, todos os assuntos da cidade estão ligados a ela. Digo até que as pessoas não ouvem o programa só por causa da música. Os ouvintes são pessoas vulneráveis à mudança e que procuram um jeito diferente de ouvir música. A forma como isso é apresentado é que interessa a eles”.
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