“Ao longo da minha vida, claro, fui algumas vezes discriminada por causa do meu cabelo. Dói, é chato. Quando se sofre algum tipo de agressão ou brincadeira que fala do seu aspecto físico, isso interfere na autoestima. A vítima precisa superar e entender que o mais importante é não negar ou fingir que não está vendo. Dentro da nossa cabeça, isso vai para algum lugar nada saudável. O melhor é reconhecer e combater para não se tornar uma pessoa amargurada e magoada”, diz a atriz, que é parceira da ONG Crioula, dedicada ao combate ao preconceito contra mulheres negras.
No fim de agosto, por exemplo, Juliana foi alvo de ataques racistas em seu Instagram — foi chamada de “rata da barriga preta” e “cabelo de vassoura” — e denunciou o agressor. “Acionei meu advogado e a pessoa foi, ou está sendo, notificada pela Justiça”, frisa. “Acho que é falta de amor. A única medida mais eficiente é a educação mesmo, uma cultura mesmo mais inclusiva. Através da educação, previne-se esse tipo de coisa”, completa.
Na vida real, Juliana está muito bem, obrigado. “Não sinto pressão de ter um filho, mas sei que a hora vai chegar. Assim como casar. Tenho esses sonhos românticos. Eu planejo, mas não programo. Entendi que minha vida é uma constante mudança e sempre me surpreendo estando uma hora aqui e outra lá. Tenho fé em Deus que no momento certo vou realizar tudo”, conta ela, que namora o diretor Ernani Nunes, há seis meses.
Juliana Alves chamou a atenção do público inicialmente como bailarina do ‘Domingão do Faustão’. Dali, em uma festa, na Fundição Progresso, um produtor do ‘Big Brother Brasil 3’ começou a entrevistá-la, e ela nem deu confiança. “Achei que era mentira, era surreal”, lembra. No dia seguinte, ligaram para ela, avisando que estava selecionada para o reality show. O ano era 2003. Foi difícil ficar confinada na casa do ‘BBB’ por cinco semanas? “Hoje, seria mais difícil, mas com 21 anos tudo é mais fácil. Não tinha nada a perder por estar ali”, avalia.
Depois do reality, ela estreou nas novelas em ‘Chocolate com Pimenta’ no mesmo ano e não parou mais. Mas foi depois de duas personagens de sucesso (a divertida Gislaine de ‘Duas Caras’ e a exuberante Suellen de ‘Caminho das Índias’) que a atriz recebeu convites mais efusivos para posar nua.
Dona de um corpo escultural, Juliana conta que uma das partes do seu corpo de que mais gosta é o sorriso e diz também que está curtindo muito os cabelos. “O que menos gosto é dos meus pés. Pé de bailarina não é bonito”, brinca. Quando o assunto é cirurgia plástica ou botox, a artista é reticente: “No momento, não faria. Não sei se aos 50 teria vontade”.
Para a rainha de bateria da Unidos da Tijuca, o lado negativo da fama está no fato de o artista estar sujeito a julgamentos equivocados. “Por exemplo, ir até a padaria com cara de sono ou estar distraída na rua e acharem que não quis falar. Lido muito bem com o assédio. Só tenho que agradecer o carinho dos meus fãs”, observa.