Por tabata.uchoa

Rio - Idealizado pelo diretor Fernando Maatz, o Teatro do Saara é inaugurado hoje trazendo uma proposta de ‘teatro a varejo’, como ele mesmo define. “A ideia surgiu porque o teatro ainda parece distante da rotina das pessoas. E a oferta no Saara é a varejo. O objetivo principal é conquistar o público do lugar”, esclarece Fernando.

Fernando Maatz%2C Luciana Zule e Natalia Simonete são sócios no Teatro do Saara%2C que inaugura hojeRenato Marques

A Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega, conhecida como Saara, tem pelo menos 800 lojas e, segundo o diretor, recebe diariamente mais de 80 mil pessoas em um único dia. De olho nesse público que circula pela região, entre visitantes, comerciantes e outros trabalhadores, foi criada uma programação com cinco peças, de 25 minutos de duração cada uma, que vão se alternar de segunda a sexta, de 12h às 15h, no Largo de São Francisco de Paula. E cada apresentação custa apenas R$ 3.

“Nossa expectativa é que se forme uma nova plateia na região. Gostaríamos que as pessoas que já frequentam a Saara, criassem o hábito de frequentar o Teatro do Saara. Uma das coisas geniais do lugar é isso: a diversidade de tipos que circulam por lá. É uma das concentrações urbanas mais interessantes do país”, diz.

Lazer de qualidade no horário do almoço, sem que o espectador precise se planejar com antecedência, já que a finalidade é a conveniência: esse propósito atraiu a atenção da Secretaria Municipal de Cultura, que apoia o projeto.

“Recebemos o fomento de 2015 e só foi possível inaugurar o teatro hoje por conta desse importante programa de política pública para a cultura”, afirma Fernando, que conta com a colaboração das sócias Natália Simonete e Luciana Zule no empreendimento.

Na programação, peças no gênero farsa, um drama musical, uma tragédia, um suspense (terror) e um drama: todos os espetáculos inspirados no Grand Guignol, teatro francês conhecido no século 20. “Este tipo de teatro é uma inspiração porque tinha justamente a variedade de um programa teatral como formato”, ensina.

O idealizador conta ainda que o teatro, construído num casarão antigo do Centro do Rio, é de pequeno porte, para 50 espectadores no máximo. Mas, até o final da temporada, a projeção é de receber 10 mil espectadores. Os planos também incluem a construção de um espaço cultural, que possa ampliar as atividades.

“Se conseguirmos patrocínio, teremos condições de abrigar grupos e parceiros que também precisam de espaço. A ideia é, além do Teatro do Saara, ter salas de ensaio e sedes de grupos e companhias”, garante.

O ator Bruno Aragão participa das cinco peças e conta que, mesmo com 21 anos de carreira, se emociona ao inaugurar um palco. “É um prazer muito grande contar histórias. A ideia é termos uma diversidade de gêneros que abranja todos os gostos a preços populares. Mostrar que o teatro pode fazer parte do dia a dia das pessoas. Teatro a varejo e de qualidade num espaço único, no coração do centro do Rio de Janeiro”.

SERVIÇO

Endereço: Largo São Francisco de Paula 19. Telefone: 3349-8008. Temporada: 13 de março a 23 de junho. Dias e horários: segunda a sexta. Sessões às 12h, 13h e 14h.

PROGRAMAÇÃO

Segundas-feiras:
‘O Mascate da Rua da Alfândega’ (12h) / ‘Crime na Uruguaiana’ (13h) / ‘O Homem que Via os Mortos ‘(14h)

Terças-feiras:
‘Sequestro no Trem Fantasma’ (12h) / ‘Dr. Frederico, o Hipnótico’ (13h) / ‘O Mascate da Rua da Alfândega’ (14h)

Quartas-feiras:
‘O Homem que Via os Mortos (12h) / ‘Sequestro no Trem Fantasma’ (13h) / ‘Crime na Uruguaiana’ (14h)

Quintas-feiras:
‘Dr. Frederico, o Hipnótico’ (12h) / ‘O Mascate da Rua da Alfândega’ (13h) / ‘Sequestro no Trem Fantasma’ (14h)

Sextas-feiras:
‘Crime na Uruguaiana’ (12h) / ‘Dr. Frederico, o Hipnótico’ (13h) / ‘O Homem que Via os Mortos’ (14h).

Preço: R$ 3. Lotação do teatro: 50 pessoas. Duração: 25 minutos (cada peça)
Classificação indicativa: 16 anos 

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