Por tabata.uchoa

Rio - “As pessoas já me perguntaram se a Jeiza é gay, e eu disse que não. Se fosse, não teria problema. Se vai migrar para isso e vou me apaixonar pela personagem da Isis Valverde, não sei. Mas por enquanto não é isso. Então, é legal colocar cada coisa em seu lugar. As pessoas são preconceituosas e criam ligações que não fazem o menor sentido”, esclarece Paolla Oliveira sobre sua personagem, a Jeiza, de ‘A Força do Querer’, novela das 21h, que estreia amanhã, na Globo.

Paolla Oliveira adorou voltar a ficar loura%2C diz ser apaixonada por jiu-jitsu%2C atribui a boa forma ao treinamento puxado e desconversa quando o assunto é casamentoDivulgação

PERFIL DA PERSONAGEM
Na trama de Gloria Perez, Jeiza é uma policial linda, muito durona — sem deixar de ser feminina —, que trabalha no Batalhão de Ações com Cães e sonha em se tornar lutadora de MMA. “Estou vendo tudo de luta, sei nome de golpe, fico em casa gritando, torcendo. Geralmente, a pessoa é graduada em uma modalidade e, quando assisto, já sei no que a pessoa é boa, se vai levar a luta no chão ou não”, entrega a atriz, que teve aulas com Érica Paes, um dos grandes nomes do MMA feminino.

Para viver a personagem, Paolla ainda aprendeu a manusear armas, o linguajar dos policiais e a lidar com o companheiro de trabalho Ayron, um cão pastor belga. “Tem me dado um trabalho, mas é um querido”, entrega, aos risos.

CASAMENTO E MATERNIDADE
Aos 34 anos, a atriz namora Rogério Gomes, mais conhecido como Papinha, que é o diretor artístico da nova novela. Eles estão juntos desde o fim de 2015. Quando perguntada sobre casamento, Paolla desconversa.

“Tenho vontade de ser feliz. A gente tem a mania de se podar por causa do olhar do outro. A gente tem que fazer o que tem vontade. Se me fizer feliz, vou casar”, frisa. Segundo ela, a maturidade tem muitas vantagens como a força física, mental e nas opiniões também, no que ela quer e no que não quer. E isso ainda reflete também no desejo da maternidade.

“O relógio biológico está meio atrasadinho, mas não é de hoje. O pensamento existe, existe para qualquer mulher, seja para decidir se vai ter ou não. Acho que sempre bate esse momento, acho que está aqui, nos pensamentos”, salienta.

ÓTIMA FORMA
Com um corpo de dar inveja, Paolla conta que deu uma “secada” na silhueta em função dos treinos mais puxados. E brinca culpando as câmeras da TV por ter emagrecido. “Isso tudo é para entrar ali (na TV). Continuo a minha malhação, que não tem como parar, a idade vai andando e a malhação vai caminhando junto. E a luta está somando, mas dá uma diferença. Ganhei um pouco mais de tônus, músculo, porque realmente é muito esforço. É diferente, veio somar”, explica.

Mas não pense que é fácil para a atriz chegar a essa forma física com seus treinos de luta há mais de cinco meses. “O treino é um pouco dolorido, mas divertido. Descobrir as artes marciais faz bem para o corpo, mas também para a mente. Aprender coisa nova é bacana”, observa.

APAIXONADA POR JIU-JITSU
A entrega é tanta que a atriz até considera levar para a vida pessoal, depois de a novela terminar, uma das modalidades do MMA. “Eu vou levar, um pouco menos intenso. O MMA tem muitas técnicas e, assim, não consegue focar em uma, mas estou bem apaixonada pelo jiu-jitsu. Se eu for continuar, vou nele. A consciência corporal muda, já tinha (o corpo treinado) porque sempre fiz balé, mas é diferente. Você tem de aprender a não se machucar, não machucar o outro, saber a sua força, sua agilidade. As coisas mudaram em mim”, revela.

A TRAMA
Na trama de Gloria Perez, Jeiza começa a novela namorando Vitor (Alejandro Claveaux), mas o rapaz não a valoriza e implica com a profissão dela. O relacionamento não vai para frente. Com o passar do tempo, ela se aproxima do vizinho Zeca (Marco Pigossi), um caminhoneiro rude criado no interior, que sofreu uma desilusão amorosa e não entende uma mulher como a Jeiza. Mas com o tempo, eles se tornam amigos, e uma paixão surge. Mas ele é controlador e tentará mudar a amada.

“O que eu mais gosto é que não é do jeito certo. Ninguém vai procurar ninguém. Os dois se detestam de cara, até porque são muito parecidos. Os dois são marrentos e aí acontece um amor às avessas, aquele mais genuíno, amor à segunda vista e que pode ser sempre o melhor. Megera indomada, sabe?”, afirma.

VISUAL E FEMINISMO
Além disso, Paolla está adorando o fato de ter voltado a ficar loura. “Eu me sinto mais eu, porque sempre fui loura, a vida toda. Quando coloco um tom escuro, fico diferente, mas nunca fui tão loura. Talvez lá em ‘O Profeta’, era bem lourinha, mas depois de muito tempo”, lembra.

A atriz conta que uma das funções da sua personagem na trama é mostrar que a mulher pode tudo. “Ela mostra que não existe mundo masculino ou feminino. Existe vocação. Acredito cada dia mais no feminismo e na força das mulheres. Quando a gente fala em feminismo, é legal olhar para trás e ver o quanto a gente já ganhou. Só se consegue caminhar quando se vê o que conquistou. Senão, estará sempre insatisfeito. E insatisfação é algo sempre ruim. A gente conquistou muito, mas ainda falta muito mais”, defende.

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