Por nadedja.calado

Rio - O Embaixador do Brasil na República do Congo, Raul de Taunay, 68 anos, não reside mais do que cinco anos em cada país. “Nunca consegui parar muito. Mas é um fato da minha profissão. Depois que segui a carreira diplomática passou a ser assim”, conta ele, que começou a dedicar-se à poesia quando ainda cursava Direito na PUC, nos anos 1970, e agora lança o sétimo livro de versos, ‘Poemas ao Desabrigo’ (7 Letras, 223 págs, R$ 35). Ele ganha lançamento no Rio hoje, às 19h, na Livraria da Travessa de Ipanema (em São Paulo, é dia 19, às 18h, na Casa das Rosas).

Raul de Taunay é embaixador do Brasil no CongoDivulgação

Boa parte das poesias do livro reflete experiências vividas pelo autor na África. Raul fez sua primeira viagem ao Congo em 1975 e vive atualmente na capital do país, Brazzaville. “A África toca bastante o coração. É impossível não ficar emocionado”, conta, fazendo questão de mencionar o quanto o Brasil, “mesmo com todos os problemas”, tem se aproximado do continente africano.

“O Brasil não precisa fazer esforço para ser bem visto na África. Os jovens ficam pensando em ir para a Austrália, para o Canadá, e na África, com um sentido de missão, dá para fazer muita coisa”, conta ele, explicando que passou por situações duras no continente. “Uma colega até me chama de Indiana Jones, mas acho que me pareço mais com o David Livingstone (missionário e explorador britânico)”, brinca. “Lidei com beligerância e escravagismo. Já peguei malária algumas vezes. Digo até que se o mosquito vier me picar, ele cai duro e morre”.

FILOSOFIA

Há outros livros de Raul a caminho. Ele lança este ano o romance ‘Lucidez da Lenda’ e completa ‘Nós’, de caráter mais filosófico. “É uma série de reflexões sobre o mundo, no ângulo de uma pessoa que vive a vida inteira visitando vários países do mundo”, conta ele, que, filho de diplomata, nasceu em Paris e passou por países como Estados Unidos, México, Peru e, enfim, Brasil. Também deve lançar ‘Praga de Amores’, sobre o período em que morou em Praga, na República Checa, no começo da carreira diplomática. “Foi escrito pouco depois que vivi lá. É um livro escrito por um jovem e revisado por um velho”, brinca. 

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