Por nadedja.calado

Rio - Presente nos livros de história do Brasil, José Bonifácio teve uma participação importante no processo de independência do país. Amigo de D. Pedro, o poeta era idealista, falava várias línguas e tinha uma personalidade forte. Na novela ‘Novo Mundo’, Felipe Camargo é o responsável por dar vida a este respeitável patriarca. Sua estreia no folhetim aconteceu na quarta-feira passada, e a presença de José Bonifácio promete balançar a trama das 18h.

“É um personagem muito rico. Bonifácio falava seis idiomas, mas compreendia 11!”, diz Felipe Camargo, impressionado com o papel que recebeu. “Estou muito feliz porque estou entrando em um núcleo muito forte”, completa o artista, feliz por trabalhar com Letícia Colin e Caio Castro.

Felipe Camargo fala sobre BonifácioPaulo Belote / TV Globo

No começo, segundo ele, tudo vai ser maravilhoso. José Bonifácio vem ao Brasil a convite de D. Pedro (Caio Castro) e acaba se tornando um ministro. Com todo o seu conhecimento político e experiência de vida, percebe que o amigo tem boas ideias, mas precisa de ajuda para lidar com Portugal.

“Meu personagem é um conselheiro de D. Pedro. Eles se dão bem, pensam parecido. O problema é que Bonifácio se apaixona pela mulher do amigo, a Leopoldina (Letícia Colin)”, adianta o ator.

Triste pela morte recente de um filho, Leopoldina fica carente e percebe que tem muito em comum com o poeta. Já D. Pedro, embora seja amigo de José Bonifácio, não vai gostar dessa proximidade.

Os livros de história não mostram se Leopoldina e José Bonifácio chegaram a ter um caso. E eu não sei o que vai acontecer na novela. Talvez fique apenas como um amor platônico”, sugere Felipe.

Mesmo sem saber os rumos que a trama vai tomar, o ator aposta que Leopoldina e José Bonifácio não vão trair a confiança de Dom Pedro. “Ela, por amar muito o marido, talvez não se permita. E ele, pela amizade, imagino que guarde esse segredo”, justifica.

Quando estou gravando, lembro de Roberto Carlos e Erasmo, com aquela música que diz: ‘Estou amando loucamente a namoradinha de um amigo meu’ (risos)”, brinca ele.

Em tempos de tanta incerteza política, Camargo acredita que a novela é necessária e comemora a audiência. “As pessoas precisam conhecer a história do Brasil porque a corrupção vem lá de trás. Eu não fico surpreso com tudo o que está acontecendo. Surpreso eu ficaria se todo mundo fosse preso e o dinheiro roubado fosse devolvido.”

LADO HUMANO

Quando começou a estudar para compor o personagem José Bonifácio, Felipe Camargo conta que ficou encantado com a riqueza cultural do poeta. Embora chame a atenção por ter morado em vários países, o artista diz que Bonifácio o conquistou por ser um homem tão agregador.

“Ele não era um abolicionista apenas na visão política. O José se relacionava com os negros, gostava de danças africanas, brincava com eles”, afirma.

À frente de seu tempo, José Bonifácio, segundo o ator, era também a favor da reforma agrária e se incomodou muito quando chegou ao Brasil e viu os conflitos entre fazendeiros e senhores de escravos.

“Ele não era hipócrita, defendia muito bem os seus valores e aquilo que acreditava. Qualquer um que fosse contra Dom Pedro, automaticamente era contra ele”, afirma o intérprete do patriarca.

Na novela, o personagem vai ter de lidar com inimigos. E Felipe Camargo já dá nome aos bois: “Sebastião (Roberto Cordovani) e Thomaz (Gabriel Braga Nunes).”

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