Por luana.benedito

Rio - Quem viu o filme ‘Uma Noite em 67’, de Renato Terra e Ricardo Calil, lembra: o terceiro Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, em 1967, representou a abertura do Tropicalismo. Foi no festival que Caetano Veloso lançou ‘Alegria, Alegria’, que Gilberto Gil soltou ‘Domingo no Parque’.

Pato Fu%3A repertório tropicalista%2C junto com os sucessos próprios da carreiraDivulgação

Em comemoração às cinco décadas do movimento, dois eventos focam nas mobilizações artísticas do fim dos anos 1960 pela música e pelas artes plásticas. ‘Quanto Mais Tropicália, Melhor’, na praça do Centro Cultural Correios, tem shows de Pato Fu, Céu (ambos sexta), Pedro Luís e A Parede e Tom Zé (sábado), mesclando repertório próprio a clássicos da época. ‘Tropicália - Um Disco em Movimento’ surge sexta no CCBB e revisita, atrás de obras de arte, fi lmes, textos e recortes da imprensa, o repertório do disco ‘Tropicália Ou Panis Et Circensis’, lançado em 1968.

Nos shows, artistas mais recentes dividem o palco justamente com um tropicalista de primeira hora, Tom Zé - mostrando a continuidade das ideias do movimento, que unia música brasileira e conceitos da cultura pop.

“Pato Fu foi o primeiro que pensei porque remete aos Mutantes. Tom Zé entrou por ser um tropicalista por excelência. Pedro Luís e a Parede trazem a alegria do Rio de Janeiro, onde os tropicalistas moravam na época. Céu representa a vertente paulistana e, por ser uma cantora brasileira que faz muito sucesso lá fora, evoca o exílio de Caetano e Gil, que colocou fim ao movimento, mas foi onde eles fizeram discos memoráveis, como ‘Transa’, de Caetano, e ‘Expresso 2222’, de Gil, ambos de 1972. Ela vai cantar faixas desses álbuns”, adianta a curadora Monica Ramalho, que divide o trabalho com o pessoal da produtora Baluarte Cultura.

SEJA MARGINAL, SEJA HERÓI

Idealizada e produzida pelo estúdio M ?Baraká e pela produtora Logorama, ‘Tropicália - Um Disco em Movimento’ homenageia as cinco décadas do Tropicalismo por seu principal manifesto: o LP ‘Tropicália Ou Panis Et Circensis’, lançado em 1968. A mostra revisita as conexões entre música e artes plásticas do LP, já que a capa foi feita por Rubens Gerchman. E lembra obras de arte vinculadas a ele, além de outros documentos, reportagens e tudo o que mapeie as 12 faixas do álbum.

Obras ligadas ao conceito tropicalista como ‘Lindonéia’ e a instalação ‘Caixa de Morar’, ambas de Rubens, estão na exposição, assim como a famosa bandeira ‘Seja Marginal, Seja Herói’ de Hélio Oiticica.


Você pode gostar