Malhação: Vidas Brasileiras - Sergio Zalis /TV Globo
Malhação: Vidas BrasileirasSergio Zalis /TV Globo
Por Gabriel Sobreira

Rio - A grande novidade de 'Malhação: Vidas Brasileiras', que estreia hoje, às 17h50, na Globo, é que a cada 15 dias o drama de cada um dos 17 alunos do fictício Colégio Sapiência será abordado pela novela. A autoria é de Patrícia Moretzshon e o formato, baseado na série canadense '30 Vies'. "Na minha época, ficávamos escrevendo na agenda e hoje o jovem coloca tudo na rede social. Lá é como ele quer que os outros o vejam, mas de fato não é como ele é. Na nossa história, vamos falar muito como ele se vê, como os outros o veem e como ele verdadeiramente é", define Natalia Grimberg, que estreia como diretora artística.

TRAMA

Para contar as 17 histórias, além da protagonista vivida por Camila Morgado (Gabriela, professora de Português e Literatura) e outros atores tarimbados, a Globo se cercou de um elenco renomado para fazer participação ao lado dos jovens atores estreantes. Malu Mader e Daniel Dantas estão na primeira trama, e seus personagens são os pais de Felipe Kavaco (Gabriel Contente).

Kavaco, como é chamado por todos, chega à escola desanimado e apresenta dificuldade nas leituras em aula. Quando a professora resolve investigar o motivo de o aluno estar assim, ela descobre que ele tem um problema em casa. Desde que o pai, Jairo (Daniel Dantas), ficou desempregado, os desentendimentos com a mulher, Melissa (Malu Mader), ficaram frequentes. Para ajudar em casa, o garoto resolve trabalhar escondido dos pais. "O personagem traz várias possibilidades de explorar lugares interessantes como ator. E foi muito bom poder gravar com o Daniel Dantas e a Malu Mader, porque são atores muito experientes e entregues", diz Gabriel Contente.

O ator Daniel Dantas acredita que o formato permite um aprofundamento maior dos problemas. "Cada um tem uma história. Ela não fica concentrada em um só. É uma mudança legal. Foi muito gostoso gravar essa história", diz Dantas.

Malu Mader explica que achou interessante os capítulos que gravou porque tem filhos da idade do personagem da ficção. "Os pais de hoje estão sufocados pelo cotidiano e pelos afazeres, porque a vida é dura. As mulheres e os homens estão trabalhando fora e não têm como vigiar os filhos. Não estão tão atentos quanto deveriam. O amor passa por você prestar atenção no outro. Os pais, às vezes, falham nesse sentido. Em alguns momentos, só pai e mãe podem ajudar. Realmente, o papel da escola, dos pais, dos melhores amigos e de quem te ama é especial", afirma.

TRIÂNGULO AMOROSO

Outro fio condutor da trama fica a cargo do triângulo amoroso formado por Alex (Daniel Rangel), Pérola (Rayssa Bratillieri) e Maria Alice (Alice Milagres). Ele é filho da professora Gabriela e um jovem animado, amigo. A namorada, Pérola, é filha de Isadora (Ana Beatriz Nogueira) e Eduardo Mantovani (Edson Celulari), uma família rica. Depois da prisão de Eduardo por corrupção, o padrão de vida da garota muda, e ela passa a estudar na escola do namorado. Para chegar lá, tem que atravessar a cidade pegando transporte público.

A vida da menina fica agitada quando Maria Alice, filha de Rosália (Guta Stresser), empregada da família Mantovani há anos, deixa o interior de São Paulo e se muda para o Rio para cuidar da mãe doente. A chegada de Maria Alice mexe ainda mais com a relação de Alex e Pérola. Enquanto precisa aguentar os acessos de raiva da namorada, Alex se encanta com o jeito de Maria Alice, que ganha oportunidade de estudar na mesma escola dele e de Pérola.

Para a autora Patrícia Moretzsohn, que em 1995, aos 19 anos, assinou com outros autores a estreia de 'Malhação', uma vez convivendo com essa energia jovem é preciso se manter conectado para entender como o público está pensando. "Agora, cada jovem está preocupado com uma causa", observa.

SEM ESTEREÓTIPO

A diretora artística Natalia Grimberg conta que foram testados quase 600 jovens de todo o país, e a partir disso foram feitas oficinas e na sequência as seleções. "Muitos personagens foram mudando conforme conhecíamos os atores. Interessava mais a essência do que o que ele fazia. Nada do que é do estereótipo nos interessa mais. Os atores usam seus próprios talentos. Quem toca toca; quem canta canta; e quem é de outras cidades vai se apresentar dessa forma na trama", avisa.

Você pode gostar
Comentários