Rio - "Você é pistoleira, ex-combatente, bandida. Gente como a gente não se apaixona, fecha negócio". "Nunca jogo para perder. Se aposto em alguém, aposto para ganhar. E ai de quem não retribuir minha ajuda". Essas são algumas das frases de uma grande vilã amoral, enérgica, debochada, bem-humorada. Aos olhos dos outros, ela é uma figura popular e de respeito, mas não é bem assim na realidade. No fundo, esconde muitos segredos. Essa poderia ser a descrição do furacão Carminha vivida por Adriana Esteves em 'Avenida Brasil' , mas se trata de Laureta, encarnada pela mesma atriz, a nova malvada de 'Segundo Sol', que estreia hoje, às 21h, na Globo.
"Vou contar um segredo: Carminha aprendeu tudo na vida dela com Laureta", brinca a atriz, referindo-se à nova personagem. "Podem comparar. Acho que eu não tenho que ter essa preocupação. Comparação é inevitável, mas para mim, Laureta é algo tão diferente. É uma outra mulher, em uma outra época, uma outra história. Não tenho que ter essa preocupação, nem em fazer muito diferente, porque ela é naturalmente diferente", completa.
HISTÓRIA
Laureta Botini é uma promoter de eventos bastante conceituada na vida noturna de Salvador (BA). Mas só de fachada. Na verdade, ela comanda um grupo de garotas e garotos de programa de luxo para clientes selecionados leia-se políticos, artistas famosos, empresários ricos e bandidos. "Já conheci, conheço muitas 'Lauretas' por aí. Mas nunca, nem que você me amarre, eu conto quem é (risos). Minhas inspirações são todas em segredo", revela, aos risos.
A cafetina mantém uma parceria com Galdino (Narcival Rubens), que descobre informações para que ela possa chantagear seus clientes. Além disso, ela mantém uma relação de dependência, complexa e misteriosa, com Karola (Deborah Secco), a quem ajuda em troca de dinheiro. Há a suspeita de elas serem mãe e filha ou até amantes.
"Sobre qual é o segredo entre elas, só o João (Emanuel Carneiro, autor) pode responder", desconversa Adriana, que defende sua personagem. "Não gosto de rotular de vilã, mocinha ou heroína. Ela é uma mulher que se emociona, que tem suas dores, seus sofrimentos, guerreira também. Mulher nunca é simples. Uma mulher é algo muito complexo. Laureta é uma mulher com uma série de conflitos e questões. A minha preocupação não é fazer as vilanias dela, mas contar a história dessa mulher, o que ela sente em relação a uma série de coisas, que são abordadas na novela", justifica.
VLADIMIR
Sobre o fato de voltar a trabalhar com o autor de 'Avenida Brasil', Adriana é só alegria. "Tenho 30 anos de profissão e 'Avenida Brasil' foi uma das coisas mais sensacionais da minha história, trajetória. Agora, com o texto de 'Segundo Sol', eu vejo, só reafirma o mestre que ele é", derrete-se. Outro destaque na trama é o fato de a atriz contracenar com seu marido, o também ator Vladimir Brichta, que interpreta Remy, o inescrupuloso irmão do mocinho, Beto (Emilio Dantas).
"Estou com o Vladimir há 14 anos e agora deu uma sensação muito gostosa de a gente estar sendo criativo junto. A criatividade de um alimentando a do outro. Trabalhar com o Vlad eu não sei o que é o melhor. Não sei se é poder desfrutar do grande ator que ele é, ou poder desfrutar da companhia dele, poder estar muito mais junto do que a gente já é", conta ela, apaixonada. "Não trabalho com o Vlad há muito tempo. A gente fez há dois anos 'Justiça', mas não contracenava. Agora, a gente contracena. Agora, a gente tem historinha para criar. É o máximo", diverte-se.
FAMÍLIA
Adriana afirma que em casa conversa com o marido sobre trabalho ("Fazendo a mesma novela não tem como a gente não conversar", frisa) e que rola palpite solto entre eles. "Nem é um que dá mais palpite no trabalho do outro, não. São os dois palpiteiros", revela ela, que não é adepta das redes sociais. "Não tenho nada. E a princípio, não tenho plano de entrar. Mas como tudo pode mudar a qualquer momento, pode ser que amanhã eu pire e pá... Acordo de manhã com um Instagram. Meus três filhos têm. O de 11 (Vicente), de 13 (Felipe) e de 20 (Agnes). Mas eles usam de uma maneira que acho muito legal, não são loucos por isso. Não é um diário da vida deles", observa. "Não sei se conseguiria fazer dessa forma, por isso eu não tenho ainda", acrescenta.
Deu trabalho ser mãe de adolescentes? "Não consigo dizer que deu trabalho. É tanto amor, a vida inteira tive tanta vocação para a maternidade que isso é natural, normal para mim, É a melhor coisa do mundo", define a mamãe coruja.
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