O narrador Gustavo Villani, da Globo - Copa do MundoJoão Miguel Junior/TV Globo
Por O Dia
Publicado 11/07/2018 03:00 | Atualizado 12/07/2018 09:20

Rio - Quando ainda era adolescente na década de 1990, Gustavo Villani acompanhava as narrações de Galvão Bueno diretamente de sua casa, em Marília, no interior de São Paulo. Hoje, aos 37 anos, o jovem narrador realiza o sonho de trabalhar na mesma empresa do ídolo. Contratado em março deste ano pela Globo, o jornalista está tendo nos seus primeiros meses de trabalho o privilégio de integrar o seleto grupo de narradores do canal durante a cobertura da Copa do Mundo. Além disso, integra a bancada do programa 'Troca de Passes', no Sportv, e é a voz das transmissões no cinema dos jogos do Brasil e da final do Mundial.

"Fui muito bem recebido na Globo. As pessoas são mais simples do que eu imaginava. Além disso, são todos muito competentes. O nível de tratamento que estou recebendo é muito alto", conta o narrador, que também está transitando pelas plataformas online e de TV por assinatura da emissora. Na transmissão da final em 280 cinemas do país, Villani terá a companhia do comentarista Grafite, além da participação especial de Mari Palma.

"Estou narrando a Copa na Globo, mas as pessoas também me encontram no Sportv e Premiere. A integração é muito grande, não há mais diferenciação", explica.

Antes de chegar à nova casa, Villani já havia trabalhado como narrador em televisão pela ESPN e Fox Sports. A maneira como o profissional se comunica na TV aberta, entretanto, precisou de adaptações. "Acredito que a diferença é com relação ao público-alvo. No canal aberto, como a audiência é muito ampla, tenho que tomar cuidado para não me expressar tanto no 'tatiquês', com expressões que as pessoas em geral não entendam. O Luis Roberto tem me ajudado muito com isso. Ele também fez um caminho semelhante ao sair de um canal fechado para a Globo".

DNA do narrador

Villani também é conhecido pelos diversos bordões usados durante a transmissão das partidas. 'Joga a luva goleirão' e 'gol de videogame' são alguns deles. Segundo o narrador, essas expressões surgem da boca do povo, mas não aparecem nas transmissões de forma premeditada.

"Estou ligado em muitas comunidades de futebol nas redes sociais. Pego muitas referências que partem de peladeiros, que possuem uma linguagem muito própria. Quando gosto de algo, olho com uma atenção especial, mas não planejo nada. Apesar de fazer parte do DNA do narrador, bordão é perfumaria, o mais importante é narrar o jogo de maneira correta. Às vezes, consigo encaixar algo na transmissão e pega, mas não perco tempo bolando isso", conta.

Apesar de se inspirar em narradores como Galvão Bueno e Luciano do Valle, Villani evita comparações com outros comunicadores. "Acompanho o Galvão há décadas e acredito que uma das grandes qualidades dele é não ter medo de se emocionar nas transmissões. Valorizo muito isso. Tento me soltar para me emocionar com o que está acontecendo em campo também, e a preparação é fundamental nesse sentido. Quanto mais seguro você estiver, melhor. Mas o Galvão é único, já tem uma história brilhante na televisão brasileira. Eu estou fazendo a minha", analisa.

Admiração Pelo Rio

Nascido e criado em Marília, no interior de São Paulo, Villani se mudou para a capital paulista para estudar jornalismo, e lá iniciou sua carreira. Em 2013, o narrador recebeu uma proposta do Fox Sports e veio para o Rio, onde continua até hoje.

"Está sendo ótimo. É uma cidade mais fácil para se viver do que São Paulo, onde morei por alguns anos. Meu filho inclusive é carioca, nascido em Laranjeiras. O Rio me encanta e me fez uma pessoa mais leve. Tem sido muito bom para a minha vida e da minha mulher. Inclusive, acho que a vida aqui se assemelha mais ao que eu era acostumado em Marília do que a rotina na capital paulista", avalia.

Com poucas goleadas e a eliminação de camisas pesadas como Brasil, Alemanha e Argentina, a Copa do Mundo de 2018 é caracterizada pelo equilíbrio para Villani. Segundo o narrador, essa característica pode ser uma nova tendência no futebol mundial.

"Acho que essa é uma Copa tática, muito disputada. Tivemos muitos jogos amarrados, por exemplo. Acredito que aquela ideia de que cada país tem sua própria escola está ficando para trás. É uma Copa e um futebol muito mais global que em outros tempos", reflete.

*Reportagem do estagiário Gabriel Thomaz, sob supervisão de Paulo Ricardo Moreira

Você pode gostar

Comentários

Publicidade

Últimas notícias