Rio - Sete espetáculos e performances nacionais e internacionais, 10 oficinas, oito mesas de debates e duas Mostras de Cenas Curtas de artistas nacionais. E tudo isso de graça. Assim é o NEAP (Network of Emerging Artists and Professionals) FEST o 1º Festival de Intercâmbio Teatral Internacional realizado pela UNESCO, que acontece até sábado na UNIRIO, na Urca. A programação completa está disponível no link: www.facebook.com/events/1882418905145473/
"Os números de jovens que vão ao teatro ainda são muito baixos, precisávamos pensar em como reformular a presença do jovem na arte. Tanto o jovem artista, quanto a jovem plateia", conta o artista do Coletivo Egrégora, Jeferson Fagundes, que também é secretário de colaboração e único representante da América Latina do comitê Jovens Artistas Promissores (Network of Emerging Artists and Professionals - NEAP) do Instituto de Teatro Internacional (International Theater Institute - ITI), da UNESCO.
O TEMA
A edição tem como tema 'Heranças', sobre o qual o Coletivo Egrégora e grupos estrangeiros realizarão uma imersão coletiva de trocas de experiências. "Quando fui convidado para organizar o festival, fiquei apreensivo. Não tinha nenhum patrocínio e era um projeto imenso. Mas vi ali também uma oportunidade de organizar um festival em que pudéssemos trazer para a universidade uma discussão sobre os saberes acadêmicos e não acadêmicos, as tradições e os cruzamentos desses lugares, os pontos de encontro", afirma Jorge Oliveira, um dos diretores do evento.
Segundo Oliveira, essa troca ajuda e também falar sobre herança enriquece o trabalho dos envolvidos. "Falar sobre herança no contexto atual é um desafio, é repensar onde estou, o que faço e para onde vou. Talvez quando olharmos para trás teremos deixado algo. Assim como herdamos", frisa.
'IROKO'
Entre os destaques dos espetáculos está a peça 'Iroko', cuja estreia aconteceu no Congresso Internacional de Teatro (2017), em Segóvia (Espanha). A peça é do Coletivo Egrégora, que tem entre os integrantes Jeferson Fagundes e Jorge Oliveira.
"Festivais rejeitavam a peça e eu, então, despretensiosamente, a inscrevi no edital de jovens artistas do ITI/UNESCO. Passei e fui apresentar no congresso internacional de Teatro ITI/UNESCO em Segóvia, na Espanha. Nunca achei que iria viajar pra fora do país tão cedo. Eles ficaram encantados com 'Iroko', tendo negociações com cinco países para ser apresentada lá. E como sempre produzi eventos culturais, eles ficaram encantados com minha articulação e me chamaram para trabalhar com eles", comemora Fagundes, que faz uma análise sobre sua trajetória. "Alguém que vendia pamonha, andava três quilômetros para pegar ônibus no barro para ir pra escola, o pior aluno da sala, o que era socialmente rejeitado por ser bissexual, preto, estranho. Hoje, negocia pautas internacionais e assina como Secretário de Colaboração do comitê de jovens artistas promissores do ITI", comemora.
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