Cen em que Laureta (Adriana Esteves) vai presa em 'Segundo Sol' - Paulo Belote/TV Globo
Cen em que Laureta (Adriana Esteves) vai presa em 'Segundo Sol'Paulo Belote/TV Globo
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - No ano em que comemora os 30 anos de carreira, a atriz Adriana Esteves fala sobre mais uma vilã em seu currículo, a Laureta, de 'Segundo Sol', e outros papéis importantes em filmes e série.

Em 2015, assim que terminou a novela 'Babilônia', ela tinha decidido que tiraria férias prolongadas, pois estava exausta por emendar vários trabalhos, especialmente por ter vivido Carminha, a vilã de 'Avenida Brasil' (2012), um de seus papéis mais importantes. Foi quando recebeu o roteiro do filme 'Canastra Suja', de Caio Sóh, que esteve em cartaz recentemente.

Agora, na reta final da novela ("Foi um maior astral, literalmente um sol", diz), ela planeja a tão sonhadas férias, ao lado do marido, o ator Vladimir Brichta, e dos filhos.

Em 1988, você fez uma participação na novela 'Vale Tudo', da Globo. Foi seu início, no papel de uma modelo, profissão que você exercia na época. São 30 anos de carreira, fazendo personagens como mulheres fortes, ingênuas, más, inconsequentes, contraditórias, etc. Como você analisa essas três décadas de carreira?

Como em qualquer outra profissão, é possível crescer junto com o amadurecimento pessoal. Então, ali, naquela participação em 'Vale Tudo', em que fazia uma modelo de agência, eu de fato exercia aquela profissão. Não era atriz ainda, não sabia o que seria a loucura desse meu ofício. Não tinha ideia do que ia acontecer na minha vida profissional.

Um dos momentos mais difíceis da sua carreira foi quando você interpretou a Marina, na novela 'Renascer', em 1993. Durante a novela, seu trabalho foi duramente criticado ao ponto de você chegar a duvidar se realmente tinha escolhido a profissão certa. Foi teu momento mais difícil?

Foi. Aquilo tudo me abalou muito. Mas eu era muito jovem, tinha 23 anos. Acredito que, se fosse mais velha na época, eu teria enfrentado melhor tudo aquilo. Agora, olhando de longe, sem colocar tudo na conta da minha falta de experiência e imaturidade, houve um certo bullying, sim. Naquele momento, havia uma vontade de falar mal de alguém e eu fui escolhida.

Por conta das críticas em 'Renascer', você entrou em depressão e se afastou da TV por quase dois anos. A sua volta por cima se deu com Sandrinha em 'Torre de Babel'?

Sim. Sandrinha foi uma personagem que me deu muito prazer. Ela foi uma semente das minhas vilãs Carminha (de 'Avenida Brasil') e Laureta ('Segundo Sol').

Carminha marcou muito sua carreira. Como foi voltar a fazer outra vilã, Laureta, numa novela do mesmo autor, João Emanuel Carneiro? Foi difícil compor outra vilã do autor? Qual o balanço que você faz da novela?

Não vou dizer que é fácil, claro que não, é muito difícil. Toda vez que vou fazer um personagem novo, estudo muito e, para caracterizá-lo, passo a enxergar o mundo sob a ótica dele. Mas, depois que você começa a fazer e isso é uma delícia em trabalhar em novelas , tudo o que você estudou, pensou, se envolveu, consegue pôr em prática, inclusive aprimorando e ajustando o personagem. Ao comparar o trabalho no início da novela e depois perto do final, é impressionante como é diferente. Como tudo muda na composição desse personagem. No início há um esboço que vai se desenhando melhor no decorrer da novela. Pelo menos, é assim comigo. Foi uma novela linda de fazer, trabalhar com pessoas incríveis como as que encontrei em 'Segundo Sol', elenco admirável e profissionais de todas as áreas supertalentosos e queridos.

Você e Vladimir têm algum projeto juntos para depois da novela, ou algum outro projeto?

No momento, não. Só pensamos em uma única coisa: assim que acabar a novela, vamos tirar férias juntos pela primeira vez. Bem longas. Nenhum projeto futuro fechado.

Quando foi que, ao longo desses 30 anos de carreira, você descobriu que seria atriz?

Foi logo no início mesmo, quando tive a primeira oportunidade de atuar, em 'Top Model' (1989). Nessa novela, soube que queria seguir pelo resto da vida essa carreira. Na época, eu também cursava Comunicação, mas queria muito largar. No entanto, terminei a faculdade, porque minha mãe me pediu que eu lhe desse esse presente: ela sonhava com uma filha formada, assim, devo isso à minha mãe.

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