Aguinaldo Silva e Marina Ruy Barbosa no lançamento de O Sétimo Guardião - João Cotta/TV Globo
Aguinaldo Silva e Marina Ruy Barbosa no lançamento de O Sétimo GuardiãoJoão Cotta/TV Globo
Por Gabriel Sobreira

Rio - Uma fonte com propriedades curativas e rejuvenescedoras, um gato com poderes corre à boca pequena que ele na verdade é um homem, uma moça que tem visões premonitórias, uma beata em defesa da moral e dos bons costumes que vive às turras com a cafetina local. "Eu tenho um universo ficcional dentro do qual eu transito. Talvez eu seja um dos poucos autores que, quando você vê o primeiro capítulo, você sabe de quem é a novela. As minhas novelas têm sempre o mesmo estilo", analisa Aguinaldo Silva, 75 anos, autor de 'O Sétimo Guardião', que estreia nesta segunda-feira, às 21h, na Globo.

Realismo fantástico

Desde 2001, com 'Porto dos Milagres', Aguinaldo não retornava ao seu estilo de novelas com realismo fantástico. "Quando comecei a pensar nesta novela, me veio essa questão do valor da água e o fato de que, em breve, ela vai se tornar o bem mais precioso do planeta. Ao mesmo tempo, eu já vinha tendo a vontade de retornar ao realismo mágico, então criei essa fonte protegida por sete guardiães e a história de amor de Luz (Marina Ruy Barbosa) e Gabriel (Bruno Gagliasso)", conta o novelista.

"A gente sabe que a água é mais importante do que o petróleo, que vai acabar um dia e teremos outros combustíveis, que nem ele. Agora, se a água faltar, não tem jeito. E a gente sabe que vai chegar o momento em que a água vai ser o bem mais precioso da humanidade, então a novela tem um pouco dessa história por debaixo dessa magia toda. O que vamos fazer para preservar a água?", questiona.

Aguinaldo Silva na cidade fictícia de Serro Azul - fotos Reprodução

Televisão

Com quase 40 anos de carreira, Aguinaldo acredita que o formato de TV que vemos vai mudar, muito em virtude da constante renovação do meio de comunicação. "A novela também vai mudar, vai ser mais dinâmica, com menos capítulo, menos personagens. Ela vai se aproximar muito de um seriado. O único problema é que nós temos uma tradição, a novela é muito forte. Não creio que a novela acabe, mas vai mudar", prevê.

Temporadas

De olho nesse processo, o novelista e dramaturgo mesmo tenta se antecipar e, desde 'Império' (2014), tem aplicado uma fórmula. "Divido as minhas novelas em temporadas. Ou seja, eu marco acontecimentos, que provocam viradas na história. Já estou pensando nisso. Vamos ver se dá certo", torce ele, que está bem adiantado. "Já tenho 84 capítulos escritos. Claro que só entreguei 42 à produção", revela, aos risos.

Humor

Aliás, o humor além do drama, claro é outra marca registrada do novelista em suas histórias. E em 'O Sétimo Guardião' não seria diferente. "Acho que as pessoas estão meio cansadas do peso da vida real e têm que ter uma maneira de escapar disso, que é a novela", destaca.

Audiência

Preocupa o fato de sua novela enfrentar Natal, Ano Novo e Carnaval, datas em que as TVs normalmente estão mais desligadas? "'Senhora do Destino' (2004), que foi um estouro de audiência, pegou eleições municipais, Natal, Ano Novo, Carnaval e teve audiência. Se a novela é boa, nada a abala", frisa.

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