Milton no Vivo Rio (alto) e a capa do EP novo, 'Nada Será Como Antes' (acima)
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Milton no Vivo Rio (alto) e a capa do EP novo, 'Nada Será Como Antes' (acima) Onofre Veras/Parceiro/Agência O Dia
Por Ricardo Schott | ricardo.schott@odia.com.br

Rio - Dois mil e dezoito é o ano que Milton Nascimento tirou para atender a um antigo pedido dos fãs. O cantor conta que, há tempos, lhe pediam para rever seu repertório no formato acústico. Para satisfazer os admiradores, já saíram dois EPs neste ano. em formato digital: 'A Festa' (com músicas como 'Maria, Maria', 'Beco do Mota' e 'O Cio da Terra') e, agora, 'Nada Será Como Antes', com mais cinco regravações.

O compositor carioca (que se radicou em Minas Gerais na infância e tornou-se símbolo da música local) geralmente é visto em várias fotos de sua carreira com um violão. A ligação de suas composições com o clima acústico, lógico, é bastante natural.

"Isso vem naturalmente na minha vida. Nem todas as minhas músicas foram feitas ao violão. Muitas delas foram criadas ao piano. E os discos sempre têm esse lance misturado de músicas que vieram do piano e outras do violão. Só que não é uma escolha minha, vem tudo de forma natural. E ver as músicas nesse formato é uma coisa que foi acontecendo, sem muito planejamento", detalha Milton, a O DIA. "Eu sempre tive essa vontade de lançar um trabalho desse jeito, mas nunca tinha me organizado pra levar isso como uma meta".

No novo disco, Milton recorda as duas músicas 'Clube da Esquina'. A última da sequência nasceu como instrumental pelas mãos dele e de Lô Borges e só muitos anos depois ganhou letra do irmão deste, Marcio Borges. 'Para Lennon e McCartney', parceria de Marcio, Lô e Fernando Brant, também surge no disco. O repertório se completa com duas músicas de conteúdo político - feitas, como as outras, na época da ditadura: 'Saudades dos Aviões da Panair (Conversando no Bar)' e 'Nada Será Como Antes'.

Milton diz que não fica muito tempo sem ver os antigos parceiros, como Ronaldo Bastos e Marcio Borges - Fernando Brant, letrista com quem fez vários sucessos, morreu em 2015. "Quando a gente vê que já passou um tempo longe, alguém já inventa uma coisa pra gente ficar junto. São duas das pessoas mais importantes em tudo que eu já vivi e, principalmente, que ainda vou viver", relata o cantor.

Se Milton ainda tem disposição para compor coisas novas? "Música pra mim não é uma coisa combinada, tipo uma obrigação, sabe? A música é minha vida, e está sempre presente. O que ela quiser, eu topo. Estamos aí, sempre", afirma ele, que em 2019 fará uma turnê toda dedicada aos discos 'Clube da Esquina' (1970) e 'Clube da Esquina 2' (1978).

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