Capital Inicial lança disco novo, Sonora - FOTOS Divulgação
Capital Inicial lança disco novo, SonoraFOTOS Divulgação
Por RICARDO SCHOTT

Rio - O Capital Inicial já vem fazendo parcerias há tempos. Em 2014, no EP 'Viva a Revolução', chamaram o grupo de rap ConeCrew Diretoria para trabalho lado a lado. Dessa vez, aos 35 anos de carreira, lançaram o disco 'Sonora' e trazem uma turma enorme para o novo álbum. Tem Lucas Silveira, do Fresno, que produziu o disco e dividiu parcerias. E as bandas CPM 22 ('Velocidade'), Far From Alaska ('Invisível') e Scalene ('Parado no Ar').

"Foi revigorante", conta o vocalista Dinho Ouro-Preto, que já havia esbarrado com todos os músicos convidados em outros momentos. "Desde o começo da produção do disco, a coisa se encaminhou para uma associação com a garotada. O Capital lança discos novos a cada dois anos, e precisamos procurar o que seja estimulante, sem comprometer nossa personalidade. Pode parecer uma frase feita, mas a ideia foi sair da zona de conforto".

Dinho foi atrás: descobriu, por intermédio da banda Supercombo, um grupo de WhatsApp com bandas novas e foi a uma reunião de músicos. Lá, travou contato com Lucas, para quem mostrou um começo de canção que não conseguia terminar.

"A música mudou completamente, pelos timbres que ele escolheu, pela própria configuração do estúdio do cara, que era em cima da garagem dele", diz o vocalista, acostumado a se trancar com Fê Lemos (bateria), Flávio Lemos (baixo) e Yves Passarell (guitarra) em estúdios de alta tecnologia, e sair tocando até o repertório ficar pronto. "Dessa vez, nenhuma música voltou do mesmo jeito do estúdio", completa.

CRÍTICA

Há alguns anos, numa entrevista dada à MTV, Dinho afirmou que as letras da finada banda Restart faziam "o Fresno parecer Dostoievski". O vocalista diz que "mordeu a língua" e que se retratou com o atual produtor.

"Falei isso numa entrevista à MTV e fiz questão de me desculpar numa entrevista ao (programa do) Fábio Porchat", afirma o cantor. "O caminho que o Lucas deu para o Fresno é de surpreender, ele poderia ter ficado preso naquela história de emo, mas levou a banda para uma coisa mais experimental, mais indie, inesperada. Se eles continuassem fazendo o que estavam fazendo, ficariam circunscritos a uma época, a um público que envelheceria".

Essa evolução, Dinho e seu parceiro Alvin L levam para as letras do grupo. "Uma das coisas que eu mais gosto no Capital é que ele não é monotemático. Falamos de política, relacionamentos, hedonismo", conta. "Temos algumas letras oblíquias, nas quais não dá para entender direito o que está sendo dito, como 'O Lado Escuro da Lua', 'Cristo Redentor'. São letras que abrem sua cabeça, mas saio escrevendo sem pensar muito". 

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