Atitude 67 lança o EP 'Luau 67', gravado no quintal da casa em que a banda mora, em São Paulo - Divulgação/Claudio Zaia
Atitude 67 lança o EP 'Luau 67', gravado no quintal da casa em que a banda mora, em São PauloDivulgação/Claudio Zaia
Por RICARDO SCHOTT
Rio - A banda Atitude 67 nasceu e cresceu num lugar (Campo Grande, Mato Grosso do Sul) em que os luaus eram feitos não em praias, como manda a tradição. Mas em praças públicas, ou em casas de amigos. "A gente fazia roda de violão, levava tereré (erva-mate fria), que é uma bebida local, ficava lá com os amigos. Sempre que dava, a gente ia para a areia, mas a praia mais perto ficava a mil quilômetros da gente", brinca Pedrinho Pimenta, um dos vocalistas do grupo, que leva o espírito das reuniões à beira-mar para o novo EP, 'Luau 67'.
O EP novo tem cinco sons acústicos e autorais, e todos ganham clipes lançados um a cada dia no YouTube: '8 Segundos', 'Me Acalma', 'Se Quer Saber', 'Química' e 'Dreadlock'. Nessa última, a banda - Pedrinho, Regê (surdo), Karan Cavallero (voz e pandeiro), GP (rebolo), Éric Polizér (voz e violão) e Leandrinho (reco-reco) - faz um som mais próximo do reggae e aproveita para homenagear Armandinho, do hit 'Desenho de Deus'.
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"Infelizmente ainda não somos amigos dele, mas Armandinho é uma influência enorme nossa. A gente escutou muito o som dele na adolescência. O Regê já morou em Itajaí (SC) e Armandinho mora lá. Reggae faz parte da nossa escola. Em 'Dreadlock' tem até citação de uma música do Ponto de Equilíbrio, que é uma das bandas mais roots que tem, e que a gente sempre ouviu", conta Pedrinho.
O vocalista, por sinal, já ostentou dreads. "Eu acho bonito, simboliza uma coisa de liberdade. Mas quando eu tinha era uma doideira. Tem que lavar direito, ou então o visual fica zoado", conta o músico, que viveu uma história familiar curiosa por causa dos dreadlocks. "Minha mãe odiava meu dread. Fiquei um ano e meio com ele. Um dia, quando era aniversário dela, eu estava enrolado para comprar presente. Cortei os dreads, amarrei um laço na cabeça e meu novo corte foi o presente", brinca.
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Em casa
Os vídeos do 'Luau 67' foram gravados na própria casa do grupo - assim que migraram de Campo Grande para São Paulo, os integrantes do Atitude 67 foram morar todos juntos. A gravação foi bem rápida. Em três horas e meia estava tudo pronto.
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"A gente gravou tudo no jardim. A ideia foi escolher um lugar em que todo mundo ficasse à vontade. Chamamos só amigos próximos, foi uma galera bem nossa mesmo", conta Pedrinho. O grupo aproveitou para tirar músicas do baú. 'Me Acalma', uma das canções do EP, foi feita em 2007. "Vimos que as antigas ainda têm um frescor muito legal", relata.
Morar na mesma casa, por sinal, tem ajudado a banda a ficar mais concentrada no trabalho. E é um status que o Atitude 67 pretende manter por muito tempo. "As namoradas dormem lá, ou às vezes alguém vai dormir na casa da namorada. Cada um tem seu quarto, fica sozinho quando quer. Isso de todo mundo sair de lá, casar, um dia vai acontecer. Mas essa parte da vida tá bem gostosa, e a gente acha tudo isso importante para o desempenho da banda", afirma.
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EPs temáticos
O Atitude 67 vem lançando de 2018 para cá EPs temáticos: 'Laje 67', 'Praia 67' e agora o 'Luau 67'. "É sempre um tema de acordo com o ambiente. Não são projetos de festas que vão acontecer na praia ou na laje, ficamos focados no local conforme o momento", conta Pedrinho. Até o fim do ano sai mais um EP, mas o tema é surpresa. "Só podemos garantir que vai ser bem legal".
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Thiaguinho
Logo que resolveram dar uma virada na banda, o Atitude 67 acabou descoberto por Thiaguinho. O sambista chegou junto e passou a empresariar os rapazes. "Ele sempre vai ser um cara muito importante para nós. Thiaguinho mudou nossa vida. Quando ele entrou no projeto, não tinha acontecido nada ainda. E ele acreditou na gente", conta Pedrinho. "Ele dá ideias de postura dentro e fora do palco, vários toques. Imagina: toda a vez que a gente conversa, aprendemos rapidamente muita coisa que ele demorou anos para aprender".