Cenas da Via Crucis vão ao ar hoje na Record

Rio - Um dos momentos mais aguardados na novela 'Jesus', da Record TV, vai ao ar a partir de hoje: a Via Crucis. Na reta final da trama, após ter sido traído por Judas Iscariotes (Guilherme Winter), que beijou a sua face denunciando que era o Messias, Jesus (Dudu Azevedo) foi humilhado, torturado, e ganhou uma coroa de espinhos. Mas nada se compara ao sofrimento que ele enfrentará, a começar pelas cenas do capítulo desta noite, às 20h45.

Ferido e exausto, Jesus é obrigado a carregar sua própria cruz da cidade de Jerusalém até o local da sua crucificação, na colina de Gólgota, também conhecida como Calvário. As sequências foram gravadas na cidade de Ouarzazate, a 197 quilômetros de Marrakesh, no Marrocos, na África. Dudu Azevedo enfrentou sol com sensação térmica de aproximadamente 60°C.

"Tivemos algumas diárias muito duras de trabalho. Foram dias difíceis, mas ao fim de cada um deles eu me senti muito feliz e emocionado, porque a profissão do ator é de talento e vocação. Mas sem dúvida alguma é também uma profissão de perseverança", afirma o ator, que carregou uma cruz de 70 quilos.

"A Via Crucis foi a mais grandiosa e dolorosa sequência que eu vivi em toda a minha vida. Comecei em junho do ano passado no Marrocos e terminei em março deste ano, no Rio de Janeiro. Um desafio que ressignificou muita coisa pra mim e sem dúvida alguma me aproximou ainda mais do Jesus Cristo que eu acredito, Deus na Terra", completa o ator.

Para dar todo o realismo que a cena exige, a caracterização de Jesus foi um capítulo à parte. Eram necessárias de quatro a cinco horas só de preparação. "Primeiro, colava-se uma prótese de silicone para simular os ferimentos de chicote. Depois, era utilizado até quatro tons de tinta para fazer a cor do sangue, para dar a sensação de um corte mais profundo e aquele sangue mais vivo que escorria pelo corpo", explica Vavá Torres, chefe da equipe de caracterização. "No rosto do ator foi utilizado uma prótese no olho e no nariz, para dar a sensação de inchado e cortado. Os pregos que foram fixados nas mãos e nos pés do personagem na cruz foram criados em isopor para que fossem colados", entrega o profissional. "Só para esta cena, utilizamos cerca de 10 litros de sangue cenográfico, que era jogado através de uma bombinha hidráulica", completa Torres.

Edgard Miranda, o diretor-geral da novela, conta que foram várias as dificuldades encontradas pela produção na gravação em pleno continente africano.

"Eu tinha acabado de comprar dois tênis novos para a viagem, mas o calor era tanto que os solados ficaram grudados no piso. Fora essas adversidades, o resultado foi ótimo. O protagonista Dudu Azevedo arrebentou. Os dois atores Fifo Benicasa (Dimas, ladrão crucificado ao lado de Jesus, que se arrepende e entrará no Reino do Céu) e Flávio Pardal (Gestas, ladrão que não se arrepende) fizeram um excelente trabalho, ficaram gravando o dia inteiro pendurados na cruz. Tem que tirar o chapéu para eles", elogia Miranda.

Ainda sobre a sequência da crucificação, que irá ao ar amanhã, o diretor-geral revela mais detalhes dos bastidores, que contava com uma equipe de 160 pessoas e aproximadamente 50 atores. "Utilizamos quatro câmeras rodando a 60 quadros para dar aquela sensação do slowmotion (câmera lenta), quase uma fotografia viva", conta, orgulhoso.