Hanna (Betty Faria) - Globo/César Alves
Hanna (Betty Faria)Globo/César Alves
Por Gabriel Sobreira

Rio - Aos 77 anos, Betty Faria não teve dúvidas em tonalizar os fios de platinum blond quando foi convidada para viver uma cafetina dos anos 1960 na minissérie 'Se Eu Fechar os Olhos Agora', da Globo. A personagem só aparece no ar no penúltimo e no último capítulo — segunda e terça, respectivamente. Mas isso não importava para a atriz.

"Não ia colocar uma peruca em uma participação especial, viraria uma participação ridícula. Não vou entrar de peruquinha. Se eu vejo isso em casa, não vou acreditar", conta aos risos a atriz, que considera a própria decisão uma "loucura". "Gosto de fazer as coisas para valer. Fiquei o dia inteiro descolorindo", diverte-se ela, cuja cor natural do cabelo é castanha. "Nasci com essa cor", diz ela, que está com as madeixas escuras por conta da novela 'A Dona do Pedaço', escrita por Walcyr Carrasco, que estreia em maio, às 21h, na Globo. "É uma personagem popular, bem engraçada. Não posso adiantar detalhes, mas acho que pode ser uma coisa bem boa. O nome dela é Cornélia", entrega.

A TRAMA

Já na minissérie, com história adaptada por Ricardo Linhares do livro de Edney Silvestre, Betty interpreta Hanna Wizoreck, dona do bordel da cidade, que esconde segredos que explicam o passado de muitos ilustres de São Miguel. "Meu personagem entra meio que revelando algumas coisas (risos). Adorei fazer essa cafetina, que sabe dos segredos da cidade. E é interessante que tem toda uma corrupção dos coronéis, do interior, e é totalmente atualizada. É o Brasil de hoje", aponta.

SUSTO

Ao se ver com os fios louros, Betty confessa que tomou um baita susto. "Levei uns dias para me acostumar. Acordava e me olhava no espelho, me olhava, achava uma coisa estranha. Depois, gostei. Mas tem que ser uma coisa produzida (tratamento). Porque o cabelo fica um lixo, não é uma coisa simples, não. Tudo pelo personagem. Se quiserem que fique azul, eu boto", destaca.

REDES SOCIAIS

Antes de ficar loura, a veterana estava com o cabelo grisalho, mas, segundo ela, o visual era só aprovado pelas mulheres mais modernas. "A maioria do público não gostava. Recebi muitas mensagens no Instagram de gente que não curtia", conta ela, que não tem muito tempo para se dedicar à rede social. "Ainda me atrapalho", confessa. "Faço uma foto, levo uma semana para colocar outra. Leio os comentários, recebo muito carinho, mas não dá pra responder todo mundo, é muita gente. Gosto do Twitter, mas não escrevo lá, fico só lendo as coisas. Sigo muita gente, leio o que falam. Tenho fãs que acompanham o que falam de mim e, quando dizem algo que não presta, eles mandam a mensagem pra mim", completa, aos risos.

Noveleira assumida, Betty conta que não tem preferência entre fazer folhetim, cinema, teatro ou minissérie. "Novela vai ter sempre, é da cultura do Brasil, mas esse formato de minissérie é muito interessante. É como se fizesse um filme por dia", compara.

A atriz quer trabalhar cada vez mais. E admite que só tem uma coisa que tira o seu pique. "Distância, trânsito. Moro na Zona Sul", conta ela, que grava nos Estúdios Globo, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. "Mas amo o meu ofício", derrete-se.

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