Mateus Solano é um dos atores que participaram do longa sem cachê - Divulgação
Mateus Solano é um dos atores que participaram do longa sem cachêDivulgação
Por Gabriel Sobreira
Rio - Em tempos de vacas magras, colocar um filme em cartaz não é uma tarefa nada fácil. Percebendo isso por experiência própria, os diretores Daniel Belmonte e Pedro Cadore não pensaram duas vezes em fazer um financiamento coletivo para tirar do papel o longa 'B.O. - Um filme de baixo orçamento sobre um filme de baixo orçamento', que estreia amanhã, nos cinemas. No elenco, nomes como Mateus Solano, Otávio Müller, Luisa Arraes, George Sauma, Leticia Isnard e Nelson Freitas, entre outros.
"O filme custou muito pouco porque não pagamos ninguém, nem ao elenco nem a equipe. Eu e Pedro estudamos cinema na faculdade e somos ex-alunos do Tablado. Isso nos aproximou de muitas pessoas bacanas que toparam fazer por acreditarem na gente e no projeto", explica Daniel. "Se não fosse a entrega de cada um do elenco e equipe, esse filme jamais teria acontecido. Essa estreia é o pagamento da nossa dívida com todas essas pessoas maravilhosas", completa Cadore.
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O longa-metragem mostra justamente como é difícil para dois novos cineastas os obstáculos do início de qualquer carreira. Ou seja, um filme sobre um filme. Para fazer o projeto acontecer, Belmonte conta que eles tinham juntado um dinheiro, mas que não seria suficiente para as as filmagens. Ainda precisavam de R$ 15 mil. Foi aí que veio a ideia do financiamento coletivo. Segundo a dupla, a iniciativa é uma opção viável e significativa para tocar um projeto. "Mas junto com ela vem diversas expectativas e frustrações. Eu lembro que cada dia do período da campanha era um desespero. Espero não viver mais. Ou de outra forma", desabafa Cadore. A dupla no fim da coleta arrecadou R$ 15.500.
Foram necessários 12 dias para rodar o longa. E, segundo os diretores, esse curto prazo foi de longe uma das dificuldades. "Talvez fosse mais fácil responder 'quais foram as facilidades', porque com o orçamento que tínhamos, tudo era dificuldade. Mas, olha, confesso que existe um certo prazer (quase sádico) em pensar soluções a partir das adversidades", observa Belmonte. Já o amigo, Cadore, lembra de um dia em que terminou as gravações Rafael Augusto, o diretor de produção, sentou com os diretores e abriu quanto estavam devendo para ele. "Nesse dia eu chorei, mas o que importa é que, no fim, as dificuldades viram piada de bar", atesta.
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Quando questionados sobre o que os colaboradores do financiamento ganharam ou ganharão, os diretores mostraram que os itens foram e são dos mais variados. "Cartazes, camisetas, pôsteres e até uma palha italiana que a mãe do Cadore fez e estava uma delícia", conta Daniel. "E quem fechar um bonde de 10 pessoas para ir ao cinema ver o B.O., ganha uma fornada de palha italiana", promete Cadore.
 
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