O DIA: Como a banda foi formada?
Jeroen: A banda foi formada há 10 anos atrás. Tudo começou em um estúdio de ensaio do nosso baixista Arry. O baterista, Niels, também trabalhava por lá. Nós nos juntamos porque conhecíamos uns aos outros de outras bandas (alguns de nós há muito tempo) e queríamos fazer apenas uma coisa: tocar música funk
Quais são as influências, não somente as instrumentais, do The Jig?
Um de nossos heróis é James Brow, o Rei do Soul, e também o Rei do Funk. Outra grande influência é o Prince, que fez discos brilhantes e fez com que os shows ao vivo tivessem outro nível. Bandas instrumentais como o Average White Band e o The Meters também nos inspiram.
Muitas músicas nossas vêm de jams. Às vezes nós começamos com um lick de jazz, às vezes com um baixo funkeado ou um riff de guitarra...e claro, uma virada de bateria pode inspirar o resto da composição. Nós escrevemos as canções coletivamente: todos têm ideias e trabalham juntos as faixas no estúdio. É a mistura de elementos do soul, jazz, afrobeat e, claro, o funk que formam o som único do The Jig.
Nós aprendemos bastante sobre a música brasileira por causa das turnês anteriores no Brasil. Em uma delas, conhecemos o (baixista) Artur Maia e fomos influenciados pela música dele. Viajamos juntos do Rio para o Festival Bourbon em Paraty há alguns anos e ele nos contou sobre o tempo em que tocou com Gilberto Gil. Ficamos chocados quando soubemos que ele faleceu e nos sentimos honrados de tocar em Rio das Ostras esse ano, sabendo que o festival será dedicado a ele. Nós também conhecemos os caras do Azymuth quando eles fizeram uma turnê na Holanda e ficamos amigos do pessoal do Afrojazz. Tudo isso deve, de um jeito ou de outro, voltar para nossa música.
Nossa banda favorita é o Lettuce, dos Estados Unidos, uma banda instrumental que entende como tocar funk. Lettuce é super coesa, tem músicos fantásticos e está explorando novos meios de tocar música funk o tempo inteiro. Assim como o The Jig, o Lettuce é uma banda de amigos, o que dá para ouvir na alegria que eles sente. Além deles, amamos bandas como Galactic e o Budos Band: escute-as!
Fale sobre o processo de fazer o álbum 'Proximo Disco'.
O título veio de duas turnês que fizemos no Brasil. Eu não falo português, mas tento falar do mesmo jeito entre as músicas nos nossos shows. Na maioria das vezes, o texto era algo como ‘a próxima música é chamada…’ com um sotaque estranho, mas a audiência aplaudia meu esforço. Então, definimos que o nome do álbum seria 'Proximo Disco'. Nesse disco, negando os princípios da banda, nós trabalhamos pela primeira vez com um vocalista: o implacável Mr. Ruben Seyfert, que soa como uma mistura entre Prince e Steven Tyler, do Aerosmith. Ele participa de três músicas (ao vivo, ele participa de mais canções). Ele estará conosco nos shows que faremos no país.
Como serão os shows no festival e no Manouche? Serão diferentes?
Estamos honrados em fechar o palco principal no sábado, em Rio das Ostras, logo depois do Roy Rogers. Antes, nós tocaremos em um dos palcos mais bonitos do mundo, o Tartaruga. Quando estivemos em Rio das Ostras pela primeira vez, assistimos Scott Henderson e Billy Cobham lá. Os dois shows serão em locais abertos. Vamos tocar no Manouche pela primeira vez e faremos um show quente com a ajuda da plateia!