Rio - Morreu nesta quarta o crítico de cinema e jornalista Rubens Ewald Filho, aos 74 anos. A informação foi confirmada a O DIA por Bia Venturini, assessora de imprensa do jornalista. Ewald estava internado no Hospital Samaritano, em Higienópolis, região central de São Paulo, desde maio, após sofrer um desmaio num shopping da capital e cair na escada rolante.
Rubens nasceu em Santos, litoral de São Paulo, e apaixonou-se por cinema ainda na infância. Passou a cultivar o hábito de anotar tudo sobre os filmes que via num caderno. Completou a marca de 35 mil filmes vistos. Trabalhou como jornalista em veículos como 'A Tribuna', de sua cidade natal, 'Jornal da Tarde', 'O Estado de S. Paulo' e 'Veja'. Foi consultor de festivais de cinema, executivo da HBO e apresentador de vários canais, abertos e fechados.
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Ewald também for ator de cinema, em poucas oportunidades - como nos filmes 'As Gatinhas' (1970) e 'Amor Estranho Amor' (1982, em que Xuxa também era atriz). Foi roteirista tanto de cinema quanto de televisão, escrevendo novelas como 'Gina' (Globo, 1979) e 'Éramos Seis' (SBT, 1994 - adaptação do romance de Maria José Dupré, que fez ao lado de Silvio de Abreu).
Oscar
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Em tempos mais recentes, Rubens era mais conhecido pelos seus comentários nas premiações do Oscar - primeiro na Globo, depois no SBT e no TNT. Fãs recordam-se de seu conhecimento enciclopédico, que lhe permitia lembrar de filmes só observando uma ou duas cenas, e falar sobre as produções com total detalhismo.
Em 2017, Rubens envolveu-se numa polêmica nas redes sociais devido a um comentário feito quando a atriz transexual Daniela Vega subiu ao palco junto à equipe do longa 'Uma Mulher Fantástica' para receber o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ("essa moça, na verdade, é um homem", disse). O canal TNT manteve o comentarista em seus quadros e Rubens passou recentemente até a apreentar um quadro no canal da emissora no YouTube, o 'Rubens Responde'.
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Nos últimos anos de vida, Rubens levava uma vida reclusa e solitária numa casa num condomínio fechado em Cotia, distante 30 quilômetros do Centro de São Paulo. “Você não me vê em boate, em estreia de filme… eu só saio de casa pra ir ao cinema ou ao teatro. Não vou a coquetel, não vou a nada”, contou o crítico em entrevista ao site 'Risca Faca'. Na mesma entrevista, confirmou a lenda de que chegava a ver dois filmes ao mesmo tempo. "O segredo é simples: se você está vendo um filme em português e outro com legenda, é fácil seguir", disse.
