Robert Cray fará quatro apresentações no país com sua The Robert Cray Band - Ronnie Booze / Reprodução Facebook
Robert Cray fará quatro apresentações no país com sua The Robert Cray BandRonnie Booze / Reprodução Facebook
Por THIAGO ANTUNES
Rio - Um dos grandes nomes da música negra, o guitarrista e vocalista Robert Cray volta ao Brasil acompanhado da The Robert Cray Band para shows em quatro cidades do país, onde tocará sucessos da sua carreira. Com mais de 40 anos de carreira e vencedor de cinco Grammys, Robert se apresentará no Vivo Rio, na Zona Sul do Rio, no dia 2 de agosto. O músico retorna após 10 anos longe dos palcos, acompanhado pelo trio formado por Richard Cousins (baixo), Dover Weinberg (teclados) e Terrence Clark (bateria).

Com vinte álbuns lançados, o mais recente em 2017, Cray conversou com O DIA sobre suas origens na música, seu estilo, influências brasileiras e mais.
Qual a primeira lembrança musical que você tem?
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Esta é fácil (risos). Bem, eu lembro que aos 11 anos fiquei muito empolgado com os Beatles. Eu os via na televisão e aquilo me impressionou bastante. Todos os meus amigos gostavam deles e falávamos sobre quase sempre. O caminho natural foi começar a desejar a ter uma guitarra justamente por esse sentimento de empolgação. Então, eu pedia muito um instrumento para minha mãe e ganhei uma guitarra de plástico. Toquei nela por algum tempo e insisti tanto que ela me comprou uma guitarra acústica. Depois fui me aprimorando e praticando cada vez mais.
Suas músicas têm raízes no blues, mas não somente. Você também bebe de fontes como o rock anos 70, o  funk...coisas da música negra em geral. Você acha que é por aí?

Sim, é verdade. Além da música vindo do blues, eu gosto muito de soul, muita coisa da Stax (lendária gravadora de música negra) e outros clássicos como Otis Reeding, Booker T. and The Onions e muitos outros. Todos têm influência sobre a música que eu faço, de alguma maneira. 
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Você mencionou o Otis e o seu canto parece inspirado nele...

Sim, claro, eu simplesmente amo o Otis. É algo que sempre me marcou muito.
São 40 anos de carreira. O senhor pode fazer um resumo sobre? Como aconteceu o despertar para a música, o cantar, e como isso se refletiu?

O que posso dizer é que não foi necessariamente algo que veio junto, mas quando você é novo é mais aberto a algumas possibilidades. Toquei em algumas bandas no colegial, mas não cantei em todas. Somente com a formação da The Robert Cray Band é que isso foi se consolidando. A partir da banda, eu me senti mais livre para poder cantar e fazer minha música mais livremente.
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O senhor conhece algo de música brasileira?

Demorei a conhecer. Em 1998, quando viemos pela primeira vez ao Brasil, eu tinha um segundo guitarrista que me falou bastante sobre Baden Powell. Desde então, é algo que escuto bastante em casa. Também fiquei sabendo que recentemente faleceu o grande João Gilberto e sinto muito sobre isso. Ele é um artista realmente magnífico, que colocou no mundo sons incríveis, alguns standards incomparáveis sobre os quais aprendi muito.
E o senhor ouve muita música brasileira?

Eu escuto muito Baden Powell (risos). Tenho muita coisa dele em casa, talvez mais de 10 álbuns.
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Em relação à guitarra, o senhor mantém uma espécie de 'pureza' no instrumento. É uma escolha artística, uma bandeira?
Eu uso apenas o vibrato do instrumento e um bom amplificador. É uma opção artística mesmo. E essas escolhas fazem sentido para a linha que eu adoto. Não uso pedais ou pedaleira porque não são necessários. Creio que com uma boa guitarra e um bom amplificador, você tem tudo o que é necessário. 

Como serão os shows aqui?

Eu e os três caras (da banda) vamos tocar o repertório dos discos mais recentes, mas terá espaço para tudo. Desde o álbum mais recente até a alguns clássicos da minha carreira.

Você mencionou Baden Powell muitas vezes...nenhuma surpresa para o público nesse sentido?

Não, acho que não (risos). Não devo fazer nada dele, gosto apenas de escutá-lo em casa.
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O senhor já conquistou cinco grammys. Há alguma outra ambição artística nesse sentido ou um novo caminho a ser perseguido no horizonte?

Não. Na verdade, as minhas ambições estão ligadas apenas às minhas músicas o tempo todo. É muito um processo de fazer isso sozinho e encontrar alegria a partir daí. É possível sempre achar um novo caminho com o que se tem. Certas canções que mudo algo ou que acrescento uma pegada diferente...isso me causa muita satisfação. Eu nunca toco um solo do mesmo jeito em um determinado lugar em que me apresento ou nunca canto da mesma maneira nesse sentido. Nisso, para mim, reside uma satisfação verdadeira.

Serviço - Show The Robert Cray Band

Local: Vivo Rio - Avenida Infante Dom Henrique, 85 - Flamengo
Data: 02 de agosto de 2019, sexta-feira, às 21h30
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Abertura da casa: Duas horas antes do show

Classificação etária: 18 anos. Menores de 18 anos entram acompanhados dos pais/responsável

Valores: Camarote A R$ 260 | Camarote B R$ 240 | Balcão R$ 140 | Frisa R$ 160 | 
Setor 1 R$ 260 | Setor 2 R$ 240 | Setor 3 R$ 200 | Setor 4 R$ 180 | Setor 5 R$ 140