Ariane em cena em 'O Frenético Dancin' Days' - Caio Gallucci / Divulgação
Ariane em cena em 'O Frenético Dancin' Days'Caio Gallucci / Divulgação
Por THIAGO ANTUNES
Rio - Em 20 anos de carreira, a atriz Ariane Souza, 32, tem experiência no teatro, cinema e TV. O começo "oficial" se deu aos 12 anos, mas anos antes a baiana já havia despertado para sua grande paixão através do ballet e, posteriormente, do teatro. "Desde os 9 anos eu fiquei interessada e nunca mais saí", contou Ariane, por telefone, ao DIA.
Atualmente, Ariane está em cartaz no musical 'O Frenético Dancin' Days', dirigida por Deborah Colker no Teatro Carlos Gomes em curtíssima temporada após uma extensa turnê nacional, estreará uma série na TV Globo e dois filmes. A exibição da peça, que vai de quinta a domingo, reúne cantores e bailarinos para contar a história da boate Frenectic Dancin' Days Discotheque, fundada em agosto de 1976 pelo jornalista Nelson Motta. Nesta entrevista, a artista celebra seus novos projetos e comenta sobre escolhas cruciais na sua carreira. 

O DIA - Como você começou no mundo arte?

Ariane - Comecei a dançar aos três anos de idade, fazendo balé clássico. Gostava muito de dançar e é algo que me acompanha até hoje. Depois, fiz canto e coral por conta da minha mãe e avó: elas também praticavam e não tinham com quem me deixar. E dentro da escola de balé, descobri aos 9 anos um curso de teatro. Fiquei interessada e fiz e, desde então, nunca mais saí.

E como aconteceu essa entrada específica na música?
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No coral, eu ficava quietinha ouvindo, aprendendo noções musicais e fui considerada a mascote da turma. Decidi que eu gostava de cantar e fui participando de vários outros corais. No início da adolescência fui fazer aula de canto e entender que poderia usar essa minha trajetória dentro da música ao meu favor. Agradeço muito minha mãe e avó, porque elas sempre me incentivaram.

Você tem outra noção musical além do canto?
Comecei a fazer aula de teclado na adolescência e como uma adolescente rebelde, não quis ler partitura. Meu professor incentivava, mas decidi que não queria mais...pensei: 'Também não vou mais aprender' (risos) e isso eu tinha uns 13, 14 anos. São esses arroubos da juventude que fazem você se arrepender amargamente (risos).
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Sobre 'O Frenético Dancin' Days', você se relaciona de alguma maneira com aquela época?
Me relaciono com a música, sempre fui apaixonada pela era da discoteca, pelos cantores da era disco. É impossível você ficar parado escutando! Não cheguei a assistir à novela (Dancin' Days) nem quando reprisou, mas durante o processo do espetáculo fiquei muito encantada pela parte das roupas, do figurino. Observei que algumas coisas voltaram à moda com força e poder participar daquela época, de meados ao fim dos anos 70, principalmente a música.

Qual seu número preferido da peça?
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Tenho que dizer que é o número da montagem do espetáculo, onde todo o elenco está junto, no palco. É uma música deliciosa, um dos momentos que deixa todo mundo feliz. 
Dentro da sua carreira no teatro, você pretende fazer mais musicais?

Estou com um projeto para o segundo semestre, com pegada mais de show, semelhante ao que eu fiz no ano retrasado, o 'Musical da Bossa Nova', onde contávamos a história da bossa e, entre as narrações, fazíamos números. Este agora vai falar da MPB em geral, contando os grandes encontros e histórias da música brasileira. Depois de gravar a série ('Segunda chamada'), já começo a ensaiar este espetáculo. A estreia será esse ano, em outubro. Faremos o Rio, São Paulo e depois uma turnê nacional.
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Como foi o início para o 'Segunda chamada?'

Depois de fazer (a novela) 'Segundo Sol', fiz um teste no início do ano. Como todo teste, é muito raro alguém sair gostando (risos). Mas a (diretora) Joana Jabace assistiu, gostou e me convidou para fazer parte do elenco. Fiz o teste em janeiro e vamos terminar de gravar a série em agosto. Ela estreia em outubro, mas ainda sem data definida.
Pode detalhar o seu papel?
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A série se passa dentro de uma escola, e eu faço a Joelma, uma das alunas mais briguentas. Ela acha que é a dona da verdade, que tudo tem que passar pelo crivo dela e cai para dentro (risos). 
Existe uma Ariane na Joelma?
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Existe em partes (ri). Tenho um pézinho atrás com algumas coisas (risos).
E como foi estrear no cinema?

O 'Pluft, o Fantasminha' foi meu primeiro longa. Faço uma participação pequena, como uma cantora. Além de ser meu primeiro filme, é também o primeiro no Brasil a ser 3D. 'Pluft' vai estrear em outubro. Outubro está bombando na minha vida (risos). Toda a experiência foi incrível, o elenco estava bem afinado. A Rosane (Svartman, diretora) foi muito tranquila com todos nós.
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O 'L.O.C.A' foi uma surpresa. Esse projeto também veio no fim do ano passado, quando fui chamada para fazer parte do elenco. Minha personagem é uma editora de moda, algo que eu nunca fiz. Saí completamente apaixonada pelo figurino, tinham muitos roupas lindas. Trabalhei novamente com a Mariana Ximenes, uma pessoa muito querida, com quem contracenei em 'Velho Chico'. Só tenho a agradecer a experiência. 'L.O.C.A.' talvez estreie ainda este ano.
Você tem duas décadas de carreira. É possível apontar o ponto de virada nessa trajetória?

O grande ponto de virada da minha carreira foi quando fiz 'Amor barato', o maior musical que já participei. Ali eu entendi que precisava sair de Salvador, porque não existe esse tradição de musicais lá. Eu tinha entre 26 e 27 anos e resolvi me mudar para o Rio. Foi algo que interferiu na minha vida pessoal, porque deixei a família, namorado e amigos para trás para ir atrás do meu sonho. Eu cheguei empregada, porque surgiu um convite para uma peça infantil e fui. Todo o processo durou um mês e acho que foi importantíssimo para mim. Dali, não imaginava que fosse parar na TV também. Fui para fazer teatro e, quando vi, estava em 'Velho Chico'. A partir de então, as coisas foram acontecendo.

Existe algo que você goste mais de fazer dentro desse universo amplo de atuações?

O teatro sempre será minha grande paixão. É algo muito emocionante, acho aquele contato ao vivo muito importante. Também me encantei com o mundo do cinema, mas o teatro é sem igual.
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Serviço - 'O Frenético Dancin' Days'

Data: 01 a 04 de agosto, quinta-feira a domingo
Teatro Carlos Gomes - Praça Tiradentes, s/nº
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