Sesc - exposição Biblioteca à Noite - DIVULGAÇÃO
Sesc - exposição Biblioteca à NoiteDIVULGAÇÃO
Por O Dia
Para muitos, biblioteca é um espaço apenas de livros. É justamente este rótulo que a exposição que começa nesta quinta (12) no Sesc Copacabana tenta desconstruir. Com tecnologia de realidade virtual, interação - e muita reflexão -, a mostra “A Biblioteca à Noite” traz um lado mítico e filosófico destes ambientes para mostrar que eles vão além de um simples ambiente para leitura.

A exposição, que vai até o dia 26 de janeiro de 2020, é realizada pelo diretor e encenador canadense Robert Lepage e a Companhia Ex Machina, e inspirada no livro de mesmo nome do escritor argentino Alberto Manguel. A mostra já percorreu países como França e Rússia e agora ocupa o pátio central do Sesc Copacabana.
Na floresta, começam as experiência sensoriais e as viagens aos diferentes espaços espalhados pelo mundo - DIVULGAÇÃO
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Com ambientes cenográficos e virtuais, o visitante percorre 10 diferentes bibliotecas do mundo, reais ou imaginárias, em reproduções noturnas. Espaços em Sarajevo, Cidade do México e Paris, e até um templo japonês onde monges começaram a registrar as palavras de Buda, podem ser contemplados através de óculos de realidade virtual.
“A exposição propõe que, mais do que um local físico para acumular livros, a biblioteca é um espaço do pensar, do viver e do sentir. Como a gente viaja através dos livros, o Sesc chama a atenção para isso e está abrindo essa exposição gratuitamente”, destaca Regina Pinho, diretora do Sesc RJ.
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O primeiro espaço é uma reprodução da biblioteca francesa do próprio Manguel, onde o público se acostuma à relativa escuridão que caracteriza a exposição. É na segunda sala, a floresta, em que o visitante contrasta o espaço com a ordem que caracteriza as bibliotecas noturnas usando os óculos de vídeo tridimensional.
Público usa óculos de realidade virtual para poder conhecer os variados ambientes de leitura - DIVULGALÇÃO


A ambientação à noite procura justamente provocar novas experiências. Em vez de uma cena de biblioteca mais usual, iluminada e com pessoas sentadas lendo, a proposta é que o público se depare com o espaço em outro momento, pouco comum ao que as pessoas geralmente estão acostumadas.

“Todo mundo tem seu cantinho em casa para ler, como também momentos de reflexão noturna. A exposição ambientada à noite é um aspecto que cada um tomará para si com um significado diferente”, explica Regina, ressaltando que cada visitante pode ser impactado de uma forma, seja no estímulo físico à leitura, seja em um convite à reflexão.

“É à noite, seja ela filosófica ou do calendário físico, que costumamos nos recolher para dentro de nós, vamos ler nosso livros físicos ou não, fazer reflexões, buscar conhecimentos, ter sonhos. Isso é maravilhoso na exposição e toda a arte leva a isso: a compreensão através do olhar de cada um”, diz a diretora do Sesc RJ.
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O objetivo da mostra é provocar sensações, reflexões e estimular a busca pelo conhecimento - fotos de DIVULGAÇÃO


Apesar da proposta noturna, a exposição ocorre de terça a domingo, das 9h às 20h, no pátio do Sesc Copacabana. A entrada é gratuita. Devido à complexidade logística da mostra, com óculos de realidade aumentada, as visitas devem ser agendadas pelo site www.sescrio.org.br. O objetivo da organização é evitar filas.

“É uma exposição complexa, mas o Sesc investe no que é complexo para doar ao nosso comerciário e ao nosso público essas oportunidades. Trazer essa exposição é um investimento. Educação não é custo. É investimento que o Sesc sempre fez e sempre fará, pois contribui para nosso país”, afirma Regina. “Vamos democratizar o livro e a leitura. Vamos democratizar a ida à biblioteca”, completa.
Além da exposição "A Biblioteca à Noite", os visitantes poderão, até janeiro, participar de seminários e outras ações integradoras. Entre as atrações, shows e saraus poéticos, espetáculos teatrais, oficinas e feiras de troca de livros.
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A VOLTA AO MUNDO EM 10 BIBLIOTECAS - REAIS OU IMAGINÁRIAS
Biblioteca da Abadia de Admont - Áustria
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Foi construída no Iluminismo e é considerada a maior biblioteca monástica do mundo. Guarda a literatura sobre ciência, os tratados de filosofia e as bíblias. Nos quatro cantos da sala, esculturas batizadas de "As quatro últimas coisas" encarnam a Morte, o Juízo Final, o Inferno e o Paraíso, reforçando a ideia manter o homem com os pés no chão e lembrá-lo de sua incontestável condição de mortal.
Templo de Hase-Dera - Japão
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Fica situado nas partes mais altas da cidade japonesa de Kamakura, onde monges começaram a registrar as palavras de Buda, para garantir sua sustentabilidade. No século XVI, a vasta maioria da população japonesa não sabia ler nem escrever. Para assegurar a transmissão do saber religioso, os monges criaram o rinzo, uma imensa prateleira giratória que desencadeia o tilintar de sinos que são fixados a ela. Esses sons tem como objetivo espantar os maus espíritos que assombram a biblioteca.
Biblioteca de Nautilus
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Quando jovem, Alberto Manguel lia Julio Verne "por causa das extraordinárias ilustrações". Já adulto, o autor argentino parece ser um prisioneiro de boa vontade, enfeitiçado pelo romance “Vinte Mil Léguas Submarinas”, como Aronnax, prisioneiro do Nautilus, é fascinado pelo esplendor da biblioteca do capitão Nemo, que contém 12 mil obras de ciência, moral, literatura, escritas em uma multiplicidade de línguas.
Biblioteca Nacional de Sarajevo - Bósnia
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Erguida no fim do século XIX em estilo arquitetônico neomourisco, a biblioteca era, originalmente, a prefeitura de Sarajevo. Sua quase total destruição em 1992, durante o cerco de Sarajevo nos conflitos após a dissolução da Iugoslávia, foi um acontecimento marcante da guerra civil, que durou até 1995.
Biblioteca de Alexandria - Egito
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Considerada a mãe de todas as bibliotecas, a mítica Biblioteca de Alexandria nasceu da vontade dos primeiros faraós de reunir todo o conhecimento existente, com textos que lhes permitem reinar sobre o mundo de sua época. Já a nova biblioteca de Alexandria, inaugurada em 2002, é a reencarnação contemporânea do espaço original, construído no lugar supostamente ocupado pelo primeiro prédio.
Biblioteca de Vasconcelos - México
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Construída em um leito de um lago seco no vale do México, a biblioteca pode primeiramente ser vista como uma enorme arca moderna onde livros, prateleiras e conhecimento flutuam no espaço, e à qual as pessoas podem se agarrar em caso de terremoto ou dilúvio, afastando as ameaças sísmicas que atormentam a região.
Biblioteca da Universidade de Copenhague - Dinamarca
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Construída em 1855, na grande época da arquitetura neogótica, a Biblioteca de Ciências Sociais da Universidade de Copenhague, hoje em dia, tem apenas um valor patrimonial. Sua utilidade atual é estética e acústica, se tornando, em suma, uma biblioteca embalsamada. Seus livros não estão classificados nem listados e, portanto, não podem ser consultados. É uma biblioteca de uma época passada, composta de livros perdidos em prateleiras, sem endereço, que são chamados de "livros mortos".
Biblioteca do Parlamento de Ottawa - Canadá
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A Biblioteca do Parlamento, em Ottawa, ostenta um estilo vitoriano. Um lugar magnífico, mas austero, consistindo essencialmente de documentos legais. A presença da estátua da rainha Vitória contribui para sua solenidade.
Biblioteca de Saint-Geneviève - França
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A construção da biblioteca em Paris foi confiada ao audacioso arquiteto Henry Labrouste. Na época de sua inauguração, em meados do século XIX, o edifício foi testemunha de vários avanços tecnológicos, como o início do uso de elementos estruturais em ferro fundido. Mas o mais importante deles foi certamente a introdução da iluminação a gás, que permitiu estender o horário de funcionamento da biblioteca para bem além do que era permitido pela luz natural do sol.
Biblioteca do Congresso Americano - Estados Unidos
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A cidade de Washington se estende em uma vista 360 graus em torno do visitante através das janelas circulares da cúpula da Biblioteca do Congresso. Cada leitor está potencialmente sob o olhar do bibliotecário chefe, no coração da sala de leitura, fixado em sua torre central.
Serviço:
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"A Biblioteca à Noite"
Sesc Copacabana – Rua Domingos Ferreira, 160
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Data: De 12 de setembro de 2019 a 26 de janeiro de 2020
Dias: de terça* a domingo
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Horários: das 9h30 às 20h
Entrada Gratuita (a visitação será somente mediante agendamento prévio pelo
site www.sescrio.org.br)
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Classificação etária: 10 anos
*As terças serão exclusivas para agendamento de grupos.