Yohana (Monique Alfradique) nos bastidores de 'A Dona do Pedaço' - Globo/Cesar Alves
Yohana (Monique Alfradique) nos bastidores de 'A Dona do Pedaço'Globo/Cesar Alves
Por Gabriel Sobreira

Rio - Todo mundo concorda que Josiane (Agatha Moreira) precisa levar uma lição daquelas em 'A Dona do Pedaço'. E está nas mãos da policial Yohana (Monique Alfradique) a missão de colocar a assassina atrás das grades — o que deve ir ao ar na segunda-feira que vem, dia 28.

"A minha personagem é forte, destemida, muito dedicada ao trabalho. Prender Josiane faz parte desse tesão que ela tem pela profissão, em desvendar casos. A Yohana é uma mulher em posição de poder em um mundo dominado por homens", pontua a atriz Monique Alfradique, que fala sobre a pressão de entrar em uma novela de sucesso e na reta final. "Você tem uma grande responsabilidade, e ainda maior com uma personagem que também tem uma função importante para trama", completa.

Mais prisões

No que depender da jovem atriz, a missão da policial não acaba quando coloca a víbora da Jô no xilindró. "Ela tem essa função de fazer justiça com as próprias mãos. E colocar todo mundo que é mau caráter ou que cometeu crimes na cadeia, que essas pessoas sejam punidas", torce. Segundo Monique, seus fãs nas redes sociais já têm um alvo preferencial. "Falam: 'prende o Camilo (Lee Taylor)'. Recebo muita gente pedindo: 'precisa prender o policial que trabalha com você, ele maltrata a mulher'", conta ela. "A Yohana vem nessa função de justiceira", acrescenta.

Yohana (Monique Alfradique) e Téo (Rainer Cadete) nos bastidores de 'A Dona do Pedaço' - Globo/Cesar Alves

Dever de casa

Uma coisa ajudou bastante no processo de composição da justiceira do horário nobre foi o fato de que Monique já assistia à trama de Walcyr Carrasco bem antes de ser convidada. "Entrei já entendendo o perfil dos personagens e ajustando essa relação da Yohana com cada um", explica.

Para fazer bonito na hora de dar vida à investigadora, a loura procurou um amigo policial e até visitou a Divisão Anti-Sequestro (DAS). "Aprendi não só a manusear a arma, mas também alguns termos do dia a dia deles, e que para mim eram muito distantes, como oitiva, inquérito, provas diretas, provas circunstanciais, ser lotada numa delegacia. Para isso ser natural para a Yohana, teve que se tornar familiar para mim", conta a atriz niteroiense, de 33 anos.

Observadora

Desde a primeira vez que colocou os olhos na filha de Maria da Paz (Juliana Paes), Yohana já sabia que ali tinha algo de "errado". Para Monique, isso não se trata de sexto sentido ou vibrações. "O que fez ela (Yohana) ficar desconfiada da Josiane é que a policial é completamente mergulhada na profissão, analisa a psicologia de todos os tipos de pessoas que estão envolvidas naquele caso. Quando ela começa a perceber alguns indícios de que a pessoa pode ser uma suspeita, ela se aprofunda naquilo", detalha a atriz, que admite semelhanças com a policial.

"Nesse quesito, sou bem parecida com a Yohana, na questão de observar a forma como a pessoa te trata e trata os outros que estão ao redor. E isso diz muito da personalidade dela", revela.

Téo (Rainer Cadete) e Yohana (Monique Alfradique) nos bastidores de 'A Dona do Pedaço' - Reprodução

Monólogo

Paralelamente à novela, Monique está em cartaz em São Paulo com 'Como Ter uma Vida Quase Normal', seu primeiro monólogo — e ela ainda assina como produtora executiva. "Meu ritmo está muito intenso, mas estou muito realizada. Foi uma coisa conversada, sim, mas meu espetáculo é só sábado e domingo, e domingo nunca tem gravação. Na verdade, é só aos sábados, eu gravo sempre aos sábados, mas pego a ponte aérea do final do dia", explica ela. "Previsão de vir para o Rio só no ano que vem", completa.

Como produtora executiva, é função de Monique fazer sair do papel o espetáculo e contar com parceiros, apoiadores. "Levantar um espetáculo não é fácil, principalmente no momento em que a gente está vivendo", lamenta a atriz, que começou a carreira no teatro. "Sempre tive desejo de fazer monólogo, mas me faltava coragem, texto bacana", diz ela.

Realizada

A peça trata de temas como a cobrança da sociedade (e muitas vezes também da família) sobre o fato de a mulher ainda não ter casado e planos para ter filhos, entre outros. "Lido com essa cobrança me expressando através da arte, conseguindo levar para o meu espetáculo essa reflexão, além de divertir. Me sinto muito realizada no meu ofício", decreta.

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