Sthefany Brito, a Donatella de 'Amor Sem Igual', da Record TV - FOTOS Vinicius Mochizuki/Divulgação
Sthefany Brito, a Donatella de 'Amor Sem Igual', da Record TVFOTOS Vinicius Mochizuki/Divulgação
Por Gabriel Sobreira

Acostumada a dividir sua rotina com os seus mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, Sthefany Brito, de 32 anos, mostra maturidade quando o assunto é privacidade. "Entendi que, a partir do momento em que estou exposta, posso receber tanto mensagens positivas quanto negativas. Recebi muita coisa negativa, sim, não vou negar. Muita crítica, julgamento de pessoas que achavam que sabiam do que estavam falando. Em contrapartida, recebo tanto amor que as mensagens negativas ficam pequenas", pontua ela, que está solteira após o fim do seu segundo casamento.

"Por fora tenho 32, cara de novinha, por dentro me sinto uma senhora de 60. Já trabalhei bastante, já casei, já me separei, já fiz tudo que eu queria fazer. Ops, quase! Ainda tem muita coisa para fazer: tem meus filhos para nascer ainda (risos), mas é que a gente já viveu muita coisa em pouco tempo. E isso é maravilhoso", avalia ela, que tem 25 anos de carreira. "Este ano foi de muito amadurecimento e trabalho. Espero que 2020 continue assim", torce, animada.

RELACIONAMENTO ABUSIVO

Depois de atuar em duas produções bíblicas consecutivas, Sthefany está no ar em 'Amor Sem Igual', novela da Record TV. Na trama, de dia, a personagem é uma estudante de enfermagem e, à noite, vira uma garota de programa. Apaixonada por Tobias (Thiago Rodrigues), ela não percebe que vive relacionamento abusivo.

"Li relatos de várias meninas para me aprofundar um pouco nessa história. O mais triste para mim é que elas confundem isso com amor. O amor não é a pessoa que vai te privar de fazer o que você gosta. Amor não é uma pessoa que vai querer te podar, te botar limites. O amor faz a pessoa te respeitar pelo que você é. Tem liberdade dentro do amor, e a Donatella, minha personagem, vai entender isso mais para frente", adianta a atriz.

Sthefany conta que abordar essa realidade na TV é muito importante, já que é cada vez maior o número de casos de feminicídio no Brasil. "É triste demais mulheres morrendo por fim de relacionamento que não são aceitos. É tão absurdo", protesta.

ALERTA

A morena frisa que frases de cerceamento são também sinais de alerta, como "ele só me ama se mostra ciúme" ou "não posso falar com minha amiga porque ele me ama, que lindo". "Acho que em algum momento da vida já foi confuso para mim e para todas as mulheres, de a gente achar 'legal' ser 'limitada'. Por exemplo, se usar uma saia curta e ouvir: 'ah, mas é vulgar', e concordar com isso. Nós acabamos acreditando que éramos isso. Hoje, acho que por ser mais explícito, discutido, por ser mais claro, por nós mulheres termos mais voz, a gente se escuta e se aceita mais", defende.

LIBERDADE

Entre os relatos que estudou para compor a personagem, Sthefany se lembra de uma mulher cujo companheiro não gostava de que ela usasse o cabelo afro solto. "Ela terminou o relacionamento, assumiu o cabelo e está maravilhosa. A atitude desse cara não é amor. O amor não limita. Pelo contrário, ele te dá liberdade para ser quem você é", destaca ela.

Além da questão do relacionamento abusivo, Donatella esconde do avô, Geovani (Paulo Figueiredo), que é garota de programa, e o maior medo da jovem é que ele descubra seu ofício. Para Sthefany, as questões tratadas pela personagem são um prato cheio para uma intérprete.

"É uma Sthefany mais madura e lidando com uma situação também mais madura, ainda mais depois de duas novelas bíblicas. Não que nessa novela a gente mostre alguma coisa, mas estamos abordando um tema mais polêmico. Novelas bíblicas não vão mostrar essa sensualidade. Fiz uma cena em que dançava bêbada em uma mesa. Qual a chance disso acontecer em uma novela bíblica?", questiona, aos risos.

PROSTITUIÇÃO

A atriz afirma que a prostituição é a realidade de várias meninas e que a hipocrisia, apesar de existir, talvez seja menor do que antes. "A gente tem o poder de escolher o que quer fazer com o corpo. O corpo é meu e escolho o que fazer com ele. A Donatella não gosta (de fazer programa), não tem prazer nisso. A prostituição foi a forma mais rápida que ela encontrou de poder se sustentar. A necessidade falou mais alto", explica ela. "Há casos de meninas em que a mãe e o pai sabem (que ela é garota de programa), e está tudo certo. E tem gente que vive num nível de desespero porque a qualquer momento pode ser descoberto. Esse é o caso da minha personagem", acrescenta.

 

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