Criolo: o rapper faz uma retrospectiva da sua carreira no Morro da Urca - Reprodução
Criolo: o rapper faz uma retrospectiva da sua carreira no Morro da UrcaReprodução
Por Juliana Pimenta
Rio - Com 1,5 milhão de seguidores no Instagram e surpreendendo o público como de costume, o cantor Criolo, aos 44 anos, é a estrela do filme ‘O Juízo’, em cartaz nos cinemas. Para o rapper, que já fez alguns trabalhos como ator, participar um longa de suspense é uma oportunidade incrível para sua carreira. “Foi uma grande surpresa e uma grande alegria. Ainda mais se tratando de quem veio, a Andrucha (Waddington, diretora), que teve a delicadeza de me encontrar para conversar sobre esse embrião que depois veio a se transformar um filme maravilhoso”, destaca o cantor que aproveita para dar detalhes sobre seu personagem.

No filme, Augusto (Felipe Camargo) muda-se com a mulher Tereza (Carol Castro) e o filho para uma fazenda abandonada, herdada do avô, na esperança de colocar a vida nos trilhos. A propriedade, no entanto, carrega o carma da traição ao escravo Couraça que busca ao longo dos séculos a vingança contra a família de Augusto. E é Criolo quem interpreta o homem escravizado.

“Ele é um personagem que descreve um tanto sobre a história do nosso país: de como isso aqui foi construído e os erros irreparáveis cometidos. Eu não podia perder a oportunidade de participar desse filme, porque tem tantos dramas e tantas situações que ainda percorrem a nossa sociedade”, conta o ator se referindo sobre a função social do filme.

“E esse tema mais urgente, ultra urgente, que é falar de um modo mais franco sobre o racismo no nosso país e, sobretudo, a valorização das pessoas que estão na linha de frente combatendo esse terrível mal absurdo e morrendo”, argumenta.

Carreira na música

E, assim como nas telonas, Criolo ainda colhe os frutos por inovar na música. Cria do rap, o cantor flutua na música brasileira e, em ‘Espiral de Ilusão’. flertou com o samba e teve grande aceitação do público. Para ele, as mudanças fazem parte do trabalho do artista. “Tudo é desafio porque arte também é disciplina, é estudo e é entrega. Então tudo é desafiador”, confessa o compositor que acata as decisões da música para sua carreira.

“Eu estou sempre vivendo e me permitindo viver o que a música pede para mim. Não é nada de caso pensado. Quando vai ver a emoção da inspiração que conduz a ação. No álbum de samba, foi uma sublimação tremenda em um momento meu acometido de tantas emoções e questionamentos extremamente íntimos. Então não sou que mando na música, é a música que manda em mim. E ela sabe o jeito que ela vai desaguar, eu só procuro não atrapalhar”, exalta.