Lucas Leto: sobrenome artístico veio de um apelido de infância - Reprodução
Lucas Leto: sobrenome artístico veio de um apelido de infânciaReprodução
Por Juliana Pimenta

Rio - Com sotaque baiano e jeito tímido, Lucas Leto distancia com facilidade sua figura da de Waguinho, seu personagem em 'Bom Sucesso'. Apesar da vontade de fazer novela, o jovem ator resistiu até aceitar o personagem, com receio de que seu papel reforçasse preconceitos.

"Eu sou formado no Bando de Teatro Olodum, em Salvador, que é uma referência de teatro negro. Quando recebi o convite, fiquei com muito medo de retratar esse menino viciado em drogas. Até por ser mais um menino que está dentro desse estereótipo que talvez a gente não precise mostrar o tempo todo. Eu tinha medo que ele não tivesse a profundidade que teve e de que esse trabalho não fosse útil para as pessoas", revela o ator, que foi incentivado a persistir.

"Mas eu conversei com os meus mestres e mergulhei. Foi o melhor presente que eu recebi. O Waguinho me ensina muita coisa e, ao longo do processo da preparação, eu descobri que existia uma história ali que merecia ser contada. Que eu podia ajudar as pessoas e ser um agente positivo para sociedade. Até porque hoje em dia a gente vive sem olhar para o próximo, sem estender a mão, cancelando as pessoas. O Waguinho chega para mostrar que todo mundo é uma potência e, por mais que uma pessoa esteja perdida, ela pode chegar para somar e para fazer o bem", conta Lucas, orgulhoso da trajetória do personagem.

Recomeço

Com a ajuda da comunidade, no entanto, Waguinho teve a oportunidade de se reerguer. "Eu tinha muito medo que ele voltasse a cair nessa vida. As pessoas me perguntavam isso nas ruas, mas a história caminhou para outro lado. Muita gente o ajudou na trama. E tem a Alice (Bruna Inocêncio), que o tocou num lugar diferente e mostrou que só ele seria capaz de mudar a própria história. Foi ela que o levou para o mundo da literatura que, consequentemente, o afastou das drogas", destaca Lucas, ao falar da sintonia com a colega de cena. "Muita gente falou que a gente tinha química. A galera shippa muito nós dois e levanta hashtag no twitter", diz ao fazer um balanço da trama, que termina no próximo sábado.

Além da ajuda de Alice e dos outros amigos, Lulu (Carla Cristina Cardoso) foi fundamental para a recuperação do adolescente. "Ela sempre teve o sonho de ter um filho. E teve essa oportunidade de adotar um menino grande. É lindo poder falar dessa adoção tardia, que para muita gente poderia ser um adolescente problemático, mas ela agarrou e cuidou com toda força", conta Lucas, que conheceu a história de uma mãe que não teve a mesma sorte de Lulu.

"Em um evento em São Paulo, uma senhora não saia do meu lado de jeito nenhum. E em um determinado momento, ela me disse que eu lembrava o filho dela, que não estava mais vivo. Isso me dilacerou, mas eu entendi a importância desse papel e de como a história dessa mulher e do filho dela poderia ter sido diferente se a gente falasse mais de assuntos como esse", argumenta.

Curiosidade

Com sobrenome de astro de Hollywood (Jared Leto), Lucas explica de onde veio seu nome artístico. "Leto vem de um apelido de infância. Eu sempre fui uma criança gordinha e fiz uma dieta muito louca. Aí eu perdi muito peso e meu padrinho começou a me chamar de esqueleto. Só que aí todo mundo começou a me chamar assim e, para diferenciar mais uma vez, ele começou a me chamar de 'Leto'. Aí foi o nome que eu adotei quando entrei para o teatro", revela.

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