Paulo (Paulo Vieira) do 'Fora de Hora', da Globo - fotos Globo/Estevam Avellar
Paulo (Paulo Vieira) do 'Fora de Hora', da Globofotos Globo/Estevam Avellar
Por Gabriel Sobreira
Rio - Imagine um telejornal cuja repórter com miopia avalia direto de um helicóptero o trânsito da cidade; ou um repórter sensacionalista, fã de imagens chocantes e de drama, que faz matérias sempre pensando na audiência; sem contar o jornalista que é tão inseguro que tudo dá errado com ele seja por problemas técnicos ou matérias sem propósito.

Isso sem esquecer daquelas matérias intermináveis que abusam da paciência de quem assiste, da jornalista cujo câmera sempre é a notícia ou quando o entrevistado é louco para aparecer na TV e fica desviando do blur (aquele quadriculado para o personagem não ser identificado). Tudo e muito mais irá ao ar no 'Fora de Hora', novo humorístico, que estreia hoje, depois do 'BBB20', na Globo.

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. Programas jornalísticos e repórteres tanto da Globo quanto de outras emissoras serão "homenageados" na nova atração, que terá 13 episódios e fica no ar até 14 de abril.

"Para mim é uma realização, uma maneira de estar na bancada de um jornal da Globo", enfatiza o ator Paulo Vieira, que fez faculdade de jornalismo na Universidade Federal de Tocantins, mas que não concluiu o curso porque a carreira como ator e humorista começou a decolar eixo Rio/SP. "Até mandei mensagem no meu grupo da faculdade (no WhatsApp) falando: ‘Finalmente!' (risos)", brinca ele, que divide a bancada do programa com Renata Gaspar.

Sobre a parceira de cena, Vieira é só elogios. "Ela é uma das atrizes menos vaidosas que eu conheço, no sentido de que abre mão de tudo pela comédia. O resultado de tanta entrega, só pode ser positivo. Então, ter uma parceira tão disposta, tão a fim de fazer a coisa dar certo, é incrível", comemora. Curiosamente, os personagens vividos pela dupla terão os nomes dos atores: Paulo e Renata. "Os personagens são uma caricatura daquilo que nós somos. Tem o nosso nome, sou eu interpretando um personagem que sou eu. Tem uma lente de aumento sobre aquilo que a gente é", divaga Paulo.

Por mais que seja um projeto de comédia, Vieira explica que o ambiente é de um telejornal, com ponto, teleprompter (aparelho que reproduz o texto que o âncora lê) e tudo que tem direito. O programa inclusive é gravado perto da sua exibição para manter o tom factual de brincadeira com com as notícias.

"Achei que ia ser um telejornal com uma bancada e um chroma key (fundo verde em que imagens são aplicadas digitalmente), mas tem um cenário incrível para ser consumido. É uma superprodução, um estúdio enorme. A gente tem um telão com links ao vivo, uma tela para dividir com a pessoa de casa, vamos ter participações no estúdio. Um luxo", vibra o ator, que paralelamente está em cartaz com o stand up 'Juntei Tudo Pra Te Contar', dias 24 (21h), 25 (21h) e 26 (20h) no Teatro Miguel Falabella, do Norte Shopping.
Natural de Trindade (TO), sendo que aos oito se mudou para Palmas (TO), Paulo teve uma infância humilde.

"Meus pais vendiam salgado na rua e depois de uma certa idade fui vender com eles para poder pagar meus cursos. Mas sou precoce, sempre fui produtor também lá em Palmas. Desde cedo eu entendi que se eu queria, eu mesmo precisava fazer", lembra ele.
Ano de 2019 foi promissor
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Paulo Vieira ainda busca explicação já que, ao ver dele, toda vitória na carreira veio em 2019. "Parece que tudo o que eu rezei na vida toda, chegou agora e meus pedidos estão se realizando todos. Eu vim para a Globo porque achava que merecia um lugar em que eu pudesse crescer e virar o que eu pudesse ser", avalia o ator, com passagem pelo 'Zorra', 'Escolinha do Professor Raimundo' e o quadro 'Isso É Muito Minha Vida', no 'Se Joga'.
"E agora, com essa oportunidade de apresentar um projeto na linha de shows. Eu chego na Globo todo dia já agradecendo. Agora em 2020, continuo no 'Zorra', tenho a nova temporada do 'Isso É Muito a Minha Vida' para escrever e, se Deus quiser, teremos a 'Escolinha' de novo. Muita coisa", comemora.