Junior, ex-jogador do Flamengo, no Samba do Trabalhador - Divulgação / Marluci Martins
Junior, ex-jogador do Flamengo, no Samba do TrabalhadorDivulgação / Marluci Martins
Por Lucas França

Desde 2005, as tardes de segunda-feira no Rio de Janeiro têm um encontro marcado com Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador. Hoje, em uma quebra de rotina mais do que especial, o grupo do Renascença Clube sai da Andaraí e ganha o palco do Circo Voador, na Lapa, para celebrar os 15 anos de existência. Além do aniversário, o show comemora o lançamento do novo CD 'Fazendo Samba' e vai ter participações de Roberta Sá, Marcelo D2 e Toninho Geraes. A casa abre as portas às 21h, com ingressos de R$ 30 a R$ 60. 

A apresentação vai levar ao público as novas canções deste que é o quinto álbum do Samba do Trabalhador, mas também clássicos do grupo. Moacyr Luz, líder e organizador da roda de samba, encara o momento atual como o de maior maturidade musical do grupo.

Alinhar os oito instrumentistas que participam do disco com as vozes dos convidados João Bosco, Leci Brandão e Roberta Sá deixa Moacyr com expectativa alta para o show. "Eu quero provar, mostrar para o Circo o que nós estamos vivendo no Renascença. A gente fecha portão de tanta gente lá no clube. Queria que lotasse dessa forma na Lapa", diz o sambista.

Resistência

Cravado na Zona Norte do Rio, o Samba do Trabalhador é frequentado por moradores do bairro, pessoas de outras regiões da cidade e até estrangeiros, com uma possibilidade de lazer concretizada fora do eixo Centro/Zona Sul. Somado ao local, o fato de o samba rolar segunda-feira, um dia em que os artistas e músicos folgam, é uma característica que destaca a roda em relação às outras do Rio.

"O Samba do Trabalhador é um fenômeno, não tem outra explicação. Era um grupo de praticamente amadores, alguns começando. Eu acho que esse é um lado da cidade que deu certo. Um samba de tarde, consciente, para que o carioca festeje em um clube que agrega as classes sociais. Tem feio, bonito, preto, branco, com dente, sem dente. Dinheiro fica do lado de fora", diz Moacyr Luz.

Samba leve

Para Gabriel Cavalcante, que assina voz e cavaquinho no CD, o Samba do Trabalhador dá certo por ser feito de maneira leve, "orgânica". Ele conta que até a maneira pela qual se aproximou do grupo foi ao acaso. Cavalcante, com o grupo desde o primeiro disco, lembra que um amigo o ligou sobre "uma carne que Moacyr queimava no Renascença". Gabriel decidiu ir com seu cavaquinho e o resto, como brinca, "é história": "Eu sinto que no Samba do Trabalhador o carioca enxerga um alento".

O percussionista Nego Álvaro, que também canta no álbum, compartilha da ideia de Gabriel. Álvaro se sente privilegiado por estar ali com Moacyr e viver o samba, seja no Renascença, com Moacyr, no Circo Voador ou no Rock in Rio, quando tocou com Nelson Sargento. "O samba é uma entidade que me faz respirar. Eu respeito de uma maneira e tenho um carinho enorme justamente por estar perto desses caras", conta.

 

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