Globo/Fábio Rocha - Globo/Fábio Rocha
Globo/Fábio RochaGlobo/Fábio Rocha
Por Juliana Pimenta

Rio - Disponível no Globoplay, serviço de streaming da Globo, desde o ano passado, a primeira temporada da série 'Aruanas' estreou na TV aberta, às terças, no final do mês passado e apresentou ao público a história de quatro mulheres, integrantes de uma ONG, que arriscam suas vidas ao investigar uma quadrilha de crimes ambientais na Amazônia. Do outro lado, estão Olga (Camila Pitanga) e Miguel (Luiz Carlos Vasconcelos), dono de uma importante mineradora nacional, envolvida em um grande esquema de crimes ambientais e garimpos clandestinos.

Apesar de dar vida a um personagem de caráter duvidosos, Luiz explica que não se preocupa em defender as ações de Miguel. "Para um ator, isso não chega a ser uma questão. Por sorte, o Miguel não é um vilão chapa branca, de uma camada só. Ele tem a oportunidade de mostrar várias vertentes, como por exemplo, o amor pela sua neta, e isso é muito bom. É claro que o egoísmo, a cegueira e a ganância o levam até o limite, mas para o ator isso é muito prazeroso", conta o ator, que recorre às suas próprias sensações para compor o personagem.

"Todos os sentimentos do Miguel residem em mim. O ódio do Miguel é meu. O trabalho do ator é acessar e aflorar esses sentimentos. Contracenando com a Manu (a atriz Manuela Trigo, que faz a Gabi, neta de Miguel), como não aflorar o amor, o que há de melhor em mim?", brinca Luiz Carlos Vasconcelos.

Também na busca pelo poder, Olga não mede esforços para ter o que quer, mesmo que a ameaça ambiental signifique também uma ameaça para a vida humana. "Estamos falando de uma luta onde de um lado não há ética. Nesse jogo, em que se disputa a sobrevivência do planeta, de um lado estão esses míopes, como a Olga e o Miguel, e do outro lado as aruanas, que estão lutando pela vida. Acho que é muito importante a gente compreender que quem sofre dessa miopia que não dá valor ao patrimônio de humanidade que a Amazônia representa. É a miopia que mata, que aniquila e que se mata. São personagens que não se veem dentro da condição humana. Uma luta burra de quem defende o capital a qualquer custo e não se vê dentro do próprio sistema", argumenta Camila, que interpreta esse movimento como uma "falência de parte da nossa humanidade".

Em contrapartida, a atriz vê uma luz no fim do túnel, como a própria produção da série e dos debates que ela levanta. "A gente não pode abrir mão de acreditar no melhor do humano, na capacidade de se iluminar, de se recuperar. Acho que 'Aruanas' abre espaço para iluminar na sociedade", defende a intérprete de Olga.

 

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