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Por O Dia
Rio - Em pleno confinamento, e uma vida de restrições aos corpos, espiar a liberdade tem força distinta. Mas a impossibilidade de sair livremente por aí é apenas um potencializador da força do clipe de 'Quero cantar' - filmado antes da pandemia, e da quarentena por ela imposta -, com lançamento no Youtube e IGTV de Luiza Brina e com projeções em Belo Horizonte - em Santa Teresa, Santo Antônio e Pompeia. As imagens dirigidas por Raquel Pinheiro, com co-direção de Virgínia Pitzer, trazem beleza e potência intrínsecas, ainda que fora do contexto que vivemos. Dentro dele, o clipe aprofunda o desejo de futuro - para a mulher, para os corpos, para o mundo.

Pensado a partir do filme iraniano "The day I became a woman" - longa da diretora Marzieh Meshkin dividido em três partes que contam histórias de três mulheres de diferentes gerações, dentro do contexto iraniano -, o clipe de 'Quero cantar' tem força nostálgica, ao mesmo tempo que projeta um olhar para o que virá - um futuro que desejamos quase oniricamente. 
Assista a 'Quero cantar': https://youtu.be/a1h2u98ZJ84
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O filme tem uma fotografia belíssima, imagens que me impactaram muito. O segundo episódio dele, em especial, conta a história de uma mulher que foge do marido, de bicicleta, junto de várias outras mulheres. A cena é maravilhosa, e essa ideia da busca por uma liberdade através das bicicletas, e em conjunto com outras mulheres, me emocionou - comenta Luiza.

'Quero cantar', registrada no álbum 'Tenho Saudade Mas Já Passou', lançado no final de 2019, e indicado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como um dos 50 melhores do ano, conta com a participação da Lay e Lio Soares, da banda Tuyo.

"Essa música carrega uma simbologia íntima, pra mim. É uma reflexão sobre ser uma mulher de 30 anos, artista, brasileira, com muitas dúvidas, mas também muitos desejos. Enquanto os versos trazem questões como 'não sei como pagar as contas' ou 'não sei como vou me colocar nas coisas que pensei até agora', o refrão carrega uma necessidade de expressão no mundo: eu quero cantar. Essa expressão me remete a essa imagem: diversas mulheres que admiro pedalando juntas, todas de vermelho, em uma mesma direção".
Projetado em diferentes bairros de Belo Horizonte no último domingo à noite, o clipe almeja outros prédios mundo afora. Em seu Instagram, Luiza iniciou uma campanha para que seu público possa projetar o filme livremente. A ideia é alinhar sessões em diferentes lugares do país. Até o momento, já há sessões marcadas para o Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.