Alexandre Canhoni na época em que era Paquito e, ao lado, em missão na África - Reprodução
Alexandre Canhoni na época em que era Paquito e, ao lado, em missão na ÁfricaReprodução
Por iG

São Paulo - Lembra do Alexandre Canhoni? Ele ficou conhecido nos anos 90 como paquito Xand do “Xou da Xuxa”. Mesmo com o sucesso e o título de galã, o líder dos paquitos decidiu largar a vida confortável que tinha para ser missionário na África. Há 18 anos morando em Níger, país que tem o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo, ele leva uma vida simples, adotou 19 filhos e já tem 13 netos.

O ex-paquito contou em entrevista à Quem que mudou porque estava cansado da sua realidade: “Eu vivia o luxo do estrelato. Frequentava os melhores hotéis e restaurantes, viajava em jatinhos… Sabe aquela frase: ‘a pessoa é tão pobre que só dinheiro tem’. Eu era um deles. Eu só tinha dinheiro. Me achava melhor do que os outros, era egocêntrico, ansioso, egoísta, irritadíssimo… Minha prioridade era ser mais rico e mais famoso. Não pensava em ninguém”.

Tudo mudou em 1995, quando Xand se converteu e virou evangélico. “Jesus mudou isso na minha vida. Ele me fez ter uma outra ótica da vida e me deu um coração com amor e compaixão para ajudar os menos favorecidos. Desde então, procuro fazer o que Jesus ensinou. Ainda no Brasil, comecei a ajudar pobres. Evidentemente, eu teria uma vida mais confortável no Brasil se eu estivesse apenas dando palestras e louvando a Deus como cantor gospel. Mas abri mão de todo luxo porque queria ajudar crianças, jovens e adolescentes do país mais pobres do mundo”, disse à Quem.

Nova realidade do ex-paquito

O galã dos anos 90 se mudou para África, onde vive até hoje com a mulher, Giovana. Nesse tempo, o casal adotou 19 filhos e atua em vários projetos sociais. “Vivo em uma casa de alvenaria com minha esposa e dez filhos. Minha casa parece a prefeitura. São muitos projetos. Temos quatro creches, onze projetos de nutrição pelas vilas no país, duas escolas de costura, nas quais as meninas ganham o diploma e uma máquina para poder trabalhar. Também fazemos um trabalho de evangelização na prisão e hospital da capital, onde construímos uma brinquedoteca, e mantemos uma parceria com uma escola para cegos. Temos ainda um centro esportivo com seis equipes de futebol para evangelização e trabalhos com refugiados.”

Além da responsabilidade de tocar tantos projetos sociais em Níger, Xand precisa lidar com outros desafios. Ele falou que em chegou a ter sua casa destruída por religiosos extremistas. “Já sofremos muitas ameaças de morte, apedrejamento de casa, mas o pior foi em 2015, quando alguns muçulmanos atacaram os ocidentais e os cristãos. Queimaram bares, restaurantes, escolas, templos cristãos e casas”, relembrou.

Mesmo com as dificuldades, o ex-Paquito é feliz com sua vida missionária. “O único luxo que tenho hoje é um ar condicionado no meu quarto e outro na sala. Na verdade, nem posso dizer que é luxo porque é uma necessidade. Moramos dentro do deserto do Saara. A casa de alvenaria retém o calor do dia todo. No verão, a minha sala chega a 50 graus Celsius. Com o ar condicionado conseguimos manter a temperatura nos 43 graus. No mais, levo uma vida normal e simples. Mas nunca me faltou um prato de comida”, concluiu.

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