Meus melhores momentos em família quando criança, as melhores férias, foram lá. Foi no Pantanal que aprendi a pescar, devolvendo à natureza o que pegamos, claro. Tive a honra de conhecer e desfrutar do Pantanal várias vezes. É um contato tão forte com a natureza que você se sente em conexão direta com Deus. As queimadas me afetaram de tal maneira que quis me unir às ONGs e criar um movimento para ajudar.
Senti uma dor tão grande, cheguei a sonhar várias vezes... Toca a alma mesmo. Sempre fui muito ligado à natureza. Se eu não fosse cantor, seria biólogo. Minha preocupação é com as queimadas recordes deste ano.
Não tem como ficar mudo diante dessa tragédia. Queria que todos os brasileiros abraçassem a causa. Vamos andar 12 horas pelo rio até o local da live. Sem internet, com um sistema inédito para conseguir transmitir do meio do Rio Paraguai não apenas uma live histórica, mas uma forma de transformar o canto num grito para engrossar esse pedido de socorro entre as cinzas.
Sim, é nítido ver a mudança que nosso bioma vem passando. O Pantanal sofre influência direta de três importantes biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Apesar de sua beleza natural exuberante, o bioma tem sido impactado pela ação humana, principalmente pela atividade agropecuária, que faz com que além de mim, de minha família, de todos os brasileiros, os indígenas e quilombolas também tenham grande influência nesse processo.
Por ser natural de Campo Grande e padrinho do Instituto Arara Azul (que preserva a ave em seu hábitat natural) há seis anos, quis amplificar o abraço de que a minha região tanto carece. Não é tempo de medir esforços para salvar tantos animais e tanta gente que sobrevive da riqueza ribeirinha produzida pela fauna e a flora locais.
Você foi cogitado para participar do remake da novela ‘Pantanal’. Pensa em aceitar o convite?
O convite nunca chegou para mim. Eu aceitaria na hora se o convite viesse.
Você é um ídolo da juventude e uma ação como essa live pode influenciar milhões de pessoas, em sua maioria jovens. Como você administra essa questão?
Meu ofício me ajuda como formador de opinião a abraçar causas em que acredito. Eu me considero um homem sensível aos problemas da humanidade. Gosto dessa conexão com o público, com as pessoas e essa troca de opiniões. Precisamos nos unir e dar voz a outras pessoas e causas importantes.
Nos últimos anos, você tem feito trabalhos e parcerias voltados ao mercado internacional. Como estão seus planos de uma carreira internacional?
Acabei de voltar do México onde me encontrei com alguns produtores e músicos latinos. Fui com meu produtor e outros dois compositores do Brasil e foi extremamente revigorante. São muitos meses no Brasil, e em casa, por causa da covid. Sair, ganhar novos ares, ajuda até na criatividade e inspiração.
Há algum cantor ou artista em que você se espelha?
Em minha carreira, Roberto Carlos. Nas ações sociais, Bono.
Recentemente, alguns de seus fãs-clubes reclamaram mais conteúdo seu nas redes sociais.
Estava no México e soube disso bem depois. Quando voltei, já tinham postado um pedido de desculpas pela atitude. Creio que o amor entre artistas e fãs é incondicional. E assim seja, amém!
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.