A sambista Dorina recolhe doações para mulheres que ficaram sem fonte de renda após a quarentenaDivulgação
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Publicado 12/12/2020 06:00
Rio - Em 2018, teve início o Encontro de Mulheres na Roda de Samba, idealizado pela sambista Dorina Barros. A primeira edição uniu doze cidades brasileiras, além de duas cidades na Argentina. "A ideia era que o encontro servisse de teia de proteção para as mulheres, para a gente se sentir segura, ainda mais numa época em que o machismo já parte do presidente da república", conta Dorina, que neste sábado realiza a terceira edição do encontro, só que dessa vez pela internet, a partir das 16h45.
Mesmo antes da pandemia, a web já vinha dando outra cara ao evento, por causa das buscas que a cantora vinha empreendendo para achar rodas e musicistas pelo Brasil, e também em outros países. "Comecei a fazer buscas pelo Facebook, a ver onde havia mulheres tocando samba. Em alguns lugares havia muito poucas. Quando termina um encontro já começamos a trabalhar em outro, porque é muito complicado fazer acontecer", revela a sambista, que agora pôs o evento para rodar em 70% dos estados brasileiros, além de cinco países estrangeiros (Japão, Argentina, Portugal, Itália e França).
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Homenagem
O Encontro de Mulheres na Roda de Samba, todo ano, presta homenagem a uma mulher sambista. Mas atenção: é sempre uma sambista viva, para ser homenageada em vida. A honraria foi para Beth Carvalho em 2018 (a cantora morreu só ano passado), Leci Brandão em 2019 e, neste ano, Elza Soares.
"Aqui no Rio, todo ano a gente faz três sets: um para a homenageada, um de músicas inéditas só de compositoras e o terceiro é com os sambas que todo mundo quer ouvir, aqueles de sempre", explica Dorina. Para homenagear Elza, clássicos do repertório dela como 'Malandro', 'Lata d'água' e 'Maria de Vila Matilde' estarão no evento.
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Como assistir?
O evento será transmitido pelo Facebook do encontro (@mulheresnarodadesamba) e pelo canal do YouTube @Fitamarela. A transmissão simultânea dos três continentes começa às 16h45 (horário de Brasília). Às 17h em ponto, as mulheres cantam as músicas da homenageada no mesmo tom.
Dorina cita novos talentos como Samara Líbano, mulher de destaque no violão de 7 cordas, e frisa que os desdobramentos dessa história toda são muito importantes e ganham contornos anti-machistas, e de empoderamento e profissionalização. O site do encontro (http://mulheresnarodadesamba.com.br) tem até uma ficha para mulheres musicistas entrarem na rede.

"A gente manda aulas de cavaquinho e violão, ou de percussão, para musicistas que estão distantes da gente, pela internet", afirma Dorina. "E estamos abrindo esse conhecimento para mulheres que não vivem de samba. É uma roda de afeto, de empoderamento, para lembrar nossa ancestralidade, porque isso não começou com a gente. Tia Ciata já fazia isso, Tia Vicentina em Mangueira, também. A ideia é sempre: você pode tocar, você pode ganhar com isso, você pode ser feliz com isso".
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