José de Abreu - Divulgação
José de AbreuDivulgação
Por O Dia
Rio - Um ano após ser chamado de "esclerosado" por José de Abreu durante uma discussão sobre política, Carlos Vereza sofreu a primeira derrota na Justiça. Em janeiro de 2020 o ator deu início a uma queixa-crime alegando que Abreu por ter a honra abalada, mas a Justiça do Rio rejeitou o pedido.

O juiz do caso entendeu que o réu não cometeu os crimes alegados. Na época do atrito, José de Abreu usou as redes sociais para fazer críticas a Regina Duarte, que tinha acabado de aceitar o convite de Jair Bolsonaro para assumir a Secretaria da Cultura. Vereza então tomou partido e pediu para o colega de profissão respeitar as escolhas de Regina. "Alô, José de Abreu! Respeite a Regina Duarte! Respeite as escolhas diferentes das suas! Sempre te tratei com afabilidade, aceitando seu ponto de vista em questões ideológicas. Por que vibrar sempre no ódio, nas baixas energias? Procure em você o lado mais generoso, que, com certeza, possui", iniciou.

"Embora não acredite, estamos numa democracia, 57 milhões de eleitores fizeram uma escolha, assim como você. Esqueça os tristes adjetivos, o país carece de amabilidade. Espere, calmamente, até 2022 e vote nos seus candidatos", escreveu citando um verso de Arthur Rimbaud.

Em resposta, Abreu foi ao Twitter comentar o texto de Vereza. "Meu caro colega, Carlos Vereza. Achei muito bonito seu apelo para que eu respeite Regina Duarte. Mas, infelizmente, eu não respeito nem fascistas nem quem os apoia, como você e ela", disse. "Achei bonita sua hipocrisia, sua falta de caráter e memória, digna de um esclerosado que costuma falar com supostos aliens, considerados 'espíritos superiores' que vieram visitá-lo em discos voadores, como se pode ver em um vídeo postado na rede", continuou.

O ator também relembrou um momento que teria acontecido nos bastidores de "Corpo Dourado", de 1998, em que Vereza teria agredido um colega. "Achei também muito bonita sua citação de Rimbaud, um artista louco como eu, não como você, doente, que vê discos voadores. Uma loucura sadia, produtiva, como deve ter todo artista. Como a minha, que ataca fascistas e apoiadores de fascista, como você e Regina Duarte, mas que jamais atira uma bengala numa colega em início de carreira, em cena, como você fez na novela Corpo Dourado. Eu estava lá e vi", completou.

A discussão virou motivo de processo. Vereza alegou que Abreu cometeu crime de calúnia, injúria e difamação. Segundo a publicação do site "Notícias da TV", Vereza se sentiu caluniado por ter sido acusado de agredir "um colega de profissão no exercício de sua atividade".

Em resposta, o magistrado entendeu que "arremessar uma bengala na colega de trabalho não importa de forma evidente na prática fato definido como delito, pois não há notícia de um resultado (ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem). Não se tem informação sequer de que tenha atingido o alvo (pessoa em direção a quem teria sido arremessada), nem de lesão física ocorrida. Não há esclarecimentos das circunstâncias, o que também impede a tentativa do tipo penal. Portanto, trata-se de fato atípico".