Camila Pitanga posa toda produzida: ’pronta pra vacina’Reprodução Internet

Por O Dia
Rio - Neste domingo, às 19h, Camila Pitanga estreia Matriarquia [em processo], espetáculo solo com transmissão online dentro da plataforma“ #EmCasaComSesc”, do Sesc São Paulo. Criado por Camila, pela preparadora vocal Lucia Gayotto, pela dramaturga e roteirista Dione Carlos e pela diretora Cristina Moura, "Matriarquia" é um encontro de mulheres e é deste encontro – ou “sistema social liderado por mulheres” – que o trabalho surge. “'Matriarquia' é sobre o encontro dessas mulheres, é sobre o meu encontro com minhas vivências e percepções, bem como minha experiência neste mundo que atravessa uma pandemia”, explica Camila.
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Pensada como “poema cênico musical performático”, a atriz, acompanhada do musicista Luiz Gayotto, interpreta a agente de saúde Stela, uma mulher que, submetida a um constante estado de vigília, passa a ter delírios auditivos, reencontrando a própria mãe no fundo de suas memórias e dialogando com a filha, momento em que a narrativa da personagem atravessa e conecta-se às memórias da própria atriz. “Quem me conhece pode reconhecer fatos da minha história, mas 'Matriarquia' é uma voz universal. Quem nunca se trancou no quarto ou não teve dificuldades de comunicação?”, questiona Camila.
"Matriarquia" tem sua primeira experiência pública como "Matriarquia [em processo]". Camila e Lucia Gayotto inicialmente pensaram em encenar um texto já existente, mas durante a pandemia começaram a desenhar a obra atual. “Nós duas estudamos diversos textos juntas, mas precisamente em 29 de maio de 2020, após assistirmos na televisão notícias com profissionais de saúde que travam a guerra contra a Covid-19, entendemos que a personagem principal seria uma agente de saúde, e então convidei a dramaturga Dione Carlos para uma leitura de seus textos”, conta Lucia.
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“Eu ainda não tinha vivido a experiência de ter um texto lido assim, pela internet, mas para a minha surpresa algo aconteceu naquele dia. Camila fez o texto dançar”, relembra Dione, que prossegue pontuando que todas contribuíram para o roteiro e resultado final: “Ensaiávamos de dentro de nossas casas, então é como se estivéssemos realmente visitando nossas intimidades. Camila já tinha o desejo de cantar e dançar em cena e eu sempre escrevo pensando no texto como uma partitura musical, feito para ser cantado. Criei uma estrutura dramatúrgica pensando nos dramas negros, em que as narrativas são encenadas pelas ruas, de cidade em cidade, com cânticos e danças”.

Dione rememora que, no meio deste processo, em agosto de 2020, Camila teve Malária e contato direto com outras agentes de saúde do Hospital das Clínicas, em São Paulo. “Todas estas experiências foram assimiladas pelo trabalho. Cris Moura, nossa diretora, trouxe propostas valiosas para a encenação, fazendo com que eu voltasse ao texto e o ampliasse a partir de cenas já levantadas”, ressalta Dione.

Para a diretora Cristina Moura “dirigir um projeto para transmissão online é uma reinvenção, é descoberta, é desafio. Em 'Matriarquia' fizemos uma pesquisa de linguagem, uma adaptação para o audiovisual, uma criação feita para este formato específico e lidando com o espaço que temos no momento. Estou muito contente de poder explorar novos caminhos e uma nova linguagem, e não poderia estar melhor acompanhada, com Camila, a direção de fotografia da Clara Cavour”, resume Cristina prevendo que o público irá desfrutar de uma experiência em que a palavra e o canto se traduzem, em perfeita simetria, em cena: “Camila é uma atriz que se propõe a um estado de brincadeira enquanto trata de temas muito pertinentes ao momento que vivemos”, encerra.