Livreto 'Carta à Claudia'
Livreto 'Carta à Claudia' Divulgação
Por O Dia
Rio - A escritora Bárbara Caldas coloca a sua escrita a serviço das causas inclusivas e antirracistas não apenas no estado do Rio de Janeiro, mas também no Brasil e no mundo, no livreto "Carta à Claudia", da editora Mater. O livreto terá os 500 primeiros exemplares distribuídos pelas principais bibliotecas públicas e espaços literários democráticos espalhados pelo estado do Rio.
O projeto foi desenvolvido durante nove meses e terá também uma série de podcasts de bate-papos com personalidades negras e engajadas na causa. Entre os confirmados estão: Mirtes Renata, mãe do menino Miguel que caiu do 9º andar do prédio de luxo em Recife; Léa Garcia, uma das atrizes negras mais renomadas do teatro e da televisão no Brasil; Verônica Oliveira, ex-faxineira, digital influencer e, agora, escritora de “Minha Vida Passada a Limpo”; Aline Lourena, cineasta, ativista e empreendedora; Mônica Francisco, deputada estadual do Rio de Janeiro.
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Projeto foi desenvolvido durante nove meses - Divulgação
Projeto foi desenvolvido durante nove mesesDivulgação
O texto apresenta a memória da romancista, escrita durante a clausura da pandemia de Covid-19 e acompanhando os movimentos “Vidas Negras Importam” (Black Lives Matter) que levaram milhões de pessoas às ruas em todo o planeta ao pedirem igualdade de direitos entre as populações branca e negra no mundo, durante a infância em uma escola experimental, na zona oeste de São Paulo.
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Bárbara relembra a amizade com Cláudia, uma menina negra, calada, retraída, que apresentava alguma dificuldade de aprendizado na então segunda série do ensino primário. A única negra da sala, relembra a autora. Com os obstáculos diários, Cláudia chorava muitas vezes em sala de aula. A escritora então, à época com 8 anos, era a única colega que amparava Cláudia. Muitas vezes, Bárbara ouvia: “Ela não tem mãe”, relembra a romancista.
Mais de 35 anos se passaram e, hoje, estimulando seu universo criativo, a autora escreve uma carta à Cláudia, na qual busca estabelecer um diálogo maduro, de mulher para mulher, a tratar de forma literária e poética das belezas e mazelas do mundo que nos cerca. Bárbara aborda, principalmente, os desafios travados pelos povos descendentes de africanos ou mesmo ainda oriundos diretamente da África nos dias de hoje.
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Inspirada na americana, filósofa e militante Angela Davis que diz “não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, Bárbara dá apenas uma humilde contribuição para a causa que hoje move boa parte do planeta.
O “Carta à Cláudia” terá também um emocionante curta metragem, dirigido por Libero Saporetti da Companhia Cinematográfica, com aproximadamente 4 minutos. A previsão para o lançamento do projeto é segunda quinzena de abril.